Greening aumenta 44,4% em pomares de SP.

15/05/2008

Ribeirão Preto, 12 - Levantamento do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) apontou que o greening, ou huanglongbing, a principal doença da citricultura, está presente em 18,57% dos talhões do parque citrícola do Estado de São Paulo. A incidência em abril deste ano é 44,4% maior que a do levantamento feito em 2007, quando a doença estava em 12,86% dos talhões, os quais possuem, em média, 2 mil plantas cada.

Desde o primeiro levantamento, logo após os primeiros casos, em 2004, a incidência do greening em São Paulo aumentou cerca de cinco vezes e meia.

As projeções do levantamento apontaram que 0,6% das plantas do parque citrícola de aproximadamente 200 milhões têm a doença, ou seja, 1,2 milhão de árvores. "Isso não é pouco pela gravidade do greening e pelo fato de a incidência estar acima de 2% em algumas regiões e porque está disseminada em todo o Estado", disse Cícero Augusto Massari, diretor do Fundecitrus

O levantamento foi feito para identificar a incidência da doença em todas as regiões do parque citrícola e de ter um quadro da sua gravidade em um curto espaço de tempo. Os 250 inspetores do Fundecitrus percorreram, em um mês, 320 municípios, vistoriando 8.016 talhões a 10%, ou seja, para cada 10 linhas de plantio, uma foi inspecionada. A metodologia foi elaborada em parceria com o professor José Carlos Barbosa, do Departamento de Estatística da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp, em Jaboticabal (SP).

Além da alta incidência, o trabalho do Fundecitrus ratificou os dados da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, de que todas as regiões paulistas possuem casos de greening. Segundo a CDA, pomares de 162 municípios paulistas têm focos da praga.

Regiões

A região Centro-Sul do parque citrícola, também a principal região produtora, é a mais afetada. O greening está presente em 27,6% dos talhões de plantas cítricas da região central, que concentra a maior quantidade de árvores com sintomas, com 1,23%, e também os municípios com maior incidência da doença. A região Sudeste tem a doença presente em 24,7% dos talhões, mas com um número menor de plantas doentes, 0,55%. Na seqüência de contaminação de talhões vêm as regiões Oeste (3,85%), Norte (2,80%) e Noroeste (0,68%), mas todas têm índice de plantas sintomáticas menor que 0,04%.

Segundo Massari, os pomares no entorno de Araraquara e no eixo entre Araras e Porto Ferreira são os mais contaminados, mas o fato de o greening ter se espalhado por todo o Estado é o que mais alerta. "A única saída é o manejo. Todo mundo tem de vistoriar o pomar e arrancar as plantas doentes, mas muita gente não faz", afirmou.

A Doença

Relatado no Brasil em março de 2004, o greening é incurável e atinge todas as variedades e mata as plantas. A doença decorre da ação da Candidatus Liberibacter ou ainda de um fitoplasma recém-descoberto e sequer batizado. A Candidatus Liberibacter é transmitida por um inseto vetor chamado Diaphorina Citri e o fitoplasma pode ser transmitido por outros tipos de insetos.

A erradicação da plantas doentes, saída mais eficaz para controlar a doença, e comunicação aos órgãos públicos da incidência do greening são obrigatórias pela Instrução Normativa (IN) 32 do Ministério da Agricultura.

Fonte: Agência Estado