CRISE PIORA RELAÇÃO ENTRE PRODUTORES E INDÚSTRIA

01/11/2008

Presidente da Associtrus prevê dificuldade para colher e para custear safra.

O suco de laranja corresponde a 95% das exportações brasileiras de sucos de fruta, e a crise internacional atingirá em cheio o setor, prevê o presidente da Associtrus, Flávio Viegas, com base nos sinais de redução  de consumo nos EUA e Europa. O aumento dos estoques deverá comprimir a cotação na Bolsa de Nova York, prevê o dirigente.

Os índices da consultora Reuters-Jefferies confirmam as previsões. O mês de outubro fechou com 19 commodities agrícolas em queda de 9,9%, maior baixa desde 1.956. Investidores optaram pelas aplicações em dólar, mas a retração acontece desde julho, com declínio mais acentuado em setembro. Na bolsa de Chicago, a redução do suco de laranja foi de 34%.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, de janeiro a setembro, as vendas totalizaram US$ 1,45 bilhão, queda de 12,7% em relação ao mesmo período de 2007, US$ 1,66 bilhão. Em setembro, o faturamento do suco de laranja concentrado fechou em US$ 57,82 milhões, 8,23% menor que o mês do ano passado.

As exportações de suco não concentrado geraram US$ 80,5 milhões em setembro, alta de 38% sobre os US$ 58,34 milhões de igual período do ano passado.

Recusa – Empresas brasileiras perderam dinheiro com a desvalorização de ações na Bolsa de Valores e acumulam prejuízos com o aumento da cotação do dólar, indexador dos financiamentos feitos no exterior. Com esta explicação, a Citrovita comunicou aos citricultores que colherá de acordo com a programação feita no ano passado.

Viegas afirma que a safra foi subestimada pela empresa e conclui que frutas ficarão no pé. “Como ficarão os produtores se outras empresas vierem com a mesma desculpa?

Segundo o presidente, os citricultores fizeram  empréstimos para financiar a produção da atual safra, com base na receita vinda da colheita de todas as laranjas. Ele alerta, ainda, que a crise pode ter um efeito mais devastador se o governo federal não garantir crédito, “O nosso custo aumentará muito, agora com a responsabilidade de assumir o combate ao greening”.

31 de Outubro de 2008

Fonte: Gazeta de Bebedouro

 

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