Greening: contaminação pode provocar impactos econômicos graves

02/11/2008

A contaminação dos pomares de laranja pelo psilídeo Diaphorina citri agente causador do greening colocou Limeira em estado de alerta. A informação foi dada ontem durante encontro de autoridades de cidades da região que discutiram os impactos socioeconômicos provocados pelo greening.

Constatada no Brasil em março de 2004, o greening atinge cerca de 4 mil propriedades em 190 municípios do Estado de São Paulo. Ele pode trazer conseqüências como: morte das plantas, diminuição da produção dos pomares, redução da área plantada, aumento nos custos de produção, além de coibir a exportação do produto.
De acordo com o engenheiro agrônomo do Fundecitrus escritório de Araras, Rodrigo do Vale Ferreira, a doença não tem cura e quando ataca a única solução é erradicar o pé de laranja contaminado. Levantamento feito no início deste ano revela que 18% do talhão (grupo com 2 mil pés de laranja) estão contaminados. A preocupação maior é com o avanço da doença que tem se proliferado rapidamente e suas consequências no mercado de trabalho e consumidor. Os casos mais graves são os das regiões de Araraquara onde mais de 50% do parque citrícola está comprometido e Araras com 29,2%.
Na avaliação do secretário da Agricultura de Limeira, Danilo Fischer, a citricultura gerou em Limeira em 2007 uma receita de R$ 125 milhões. Com a alta do dólar a estimativa é que essa receita seja ainda maior este ano. São 4.411 trabalhadores diretos na produção de laranjas. “Se não controlarmos essa doença, será o fim da citricultura e por consequência teremos uma classe trabalhadora sem qualquer capacitação para outra atividade, além da perda de receita, do reflexo nas indústrias de suco e o aumento no preço da laranja”, afirmou o secretário.
O combate ao greening consiste em remanejamento dos pés contaminados e na aplicação de inseticida no pomar sadio. Porém, o fato de a doença ser altamente destrutiva seu combate se torna mais intenso e provoca uma redução significativa na vida útil do pomar. “Por isso em local onde os índices da doença são elevados, o comprometimento do pomar é maior”, declarou o engenheiro agrônomo, lembrando que melhor receita para a longevidade dos pomares é a realização de inspeções periódicas e, em alguns casos, o manejo da planta doente, para que outras não sejam contaminadas.
Participaram do evento autoridades dos municípios de Limeira, Artur Nogueira, Engenheiro Coelho, Piracicaba, Cordeirópolis, Iracemápolis, Rio Claro, Cosmópolis e Santa Gertrudes, além de representantes do Ministério da Agricultura e da Secretaria Estadual de Agricultura.
 
Fonte: Gazeta de Limeira
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