Governo de SP estuda seguro contra cancro e greening

20/08/2009

Proposta prevê a liberação de até R$ 100 mil por produtor, mas ainda deve passar por aprovação do Feap

 

Os produtores de laranja do Estado de São Paulo, que passam por uma crise sem precedentes, parecem ter conseguido mobilizar o governo no sentido da adoção de medidas para minimizar os prejuízos que abalam a cadeia.

A Secretaria de Agricultura do Estado confirmou nesta segunda-feira (17) à reportagem do Campo News que está sendo estudado um seguro contra cancro e greening  , no sentido de ajudar os citricultores a minimizar os prejuízos. As condições do seguro não foram definidas e a proposta ainda deve passar por aprovação do Feap (Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista). Entretanto, a estimativa é de que sejam liberados até R$ 100 mil por produtor interessado. De acordo com a secretaria, o seguro estará disponível a partir de outubro.

O pacote de medidas de socorro à citricultura paulista inclui ainda o pedido de prorrogação de R$ 700 milhões em dívidas no Ministério da Fazenda. O valor foi acumulado desde 2002, em razão dos preços defasados. Uma linha de financiamento para que o produtor erradique pomares economicamente inviáveis e os substituam por outra cultura também faz parte do pacote.

Nenhum representante da Secretaria de Estado da Agricultura quis comentar ou dar mais detalhes sobre as medidas. As informações foram, apenas, confirmadas através da assessoria de imprensa da pasta.

 

Socorro

 A prorrogação das dívidas é um passo importante para garantir a manutenção dos pomares, aponta Flávio Viegas, presidente da Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores). “Os produtores estão no mata-mata, sem condições de renegociar as dívidas”, afirma. Segundo ele, o seguro contra cancro e greening também é representativo ao setor, no entanto, suas condições precisam ser planejadas para garantir cobertura real de todo o pomar. “Nós tivemos uma medida semelhante nos anos 90, contra o cancro, porém, na época, se você tivesse a incidência da doença e fosse indenizado, o contrato não era renovado. Nesse caso, é uma medida muito parcial e pouco efetiva”, explica.

 

A Associtrus e outras entidades representativas do setor reivindicam ainda a criação de um preço mínimo para a laranja, medidas de apoio ao produtor na safra deste ano, além de alternativas para estimular o consumo da fruta no mercado interno, como a inserção do suco de laranja em hospitais e na merenda escolar, além da criação do programa “Estação Economia”, no qual os produtores seriam liberados para vender a fruta diretamente ao consumidor nas estações de trem e metrô.

  

Fôlego

 Apesar de parte da cadeia produtiva da laranja não avaliar como tão positiva a proposta do governo de criar um seguro contra o greening, a medida vai ao encontro das reivindicações de muitos produtores.

 

A criação de um seguro já era apontada por eles como uma forma de ajudá-los a se manter na atividade, já que a ocorrência do greening é inevitável em todo o Estado de São Paulo. Citricultores das maiores regiões produtoras preveem o desaparecimento de muitos pomares num prazo de três a quatro anos, caso nenhuma medida de apoio à cadeia seja tomada e aplicada emergencialmente.

   

Fonte: Campo News

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