Novo modelo de contribuição do Fundecitrus é criticado por citricultores.

22/11/2007

Durante “Rally da Citricultura”, em Bebedouro, representantes da Associtrus, do Sindicato Rural e da Casa da Agricultura de Cajobi questionaram o aumento da contribuição do produtor e a sua participação no conselho do Fundo

 

 

O Pensa realiza até o final de novembro o “Rally da Citricultura” com o objetivo de operacionalizar o novo mecanismo de contribuição do Fundecitrus, que passará a ser recolhido, segundo o novo estatuto, com base no número de plantas e não mais de caixas. “Estamos ouvindo os citricultores para termos idéias de como esta nova contribuição poderá ser operacionalizada e também para levantar pontos importantes para o futuro do Fundecitrus. Em cada cidade que visitamos, recebemos contribuições dos citricultores para a elaboração do relatório científico final. Todas as colocações constarão do relatório que sugerirá ao Fundecitrus os caminhos para operacionalizar as cobranças e o colocará a par dos possíveis problemas que o Fundo poderá vir a ter”, diz o Prof. Dr. Marcos Fava Neves, responsável pela palestra proferida em Bebedouro, dia 20.

Diretores da Associtrus questionaram a alteração no modelo de contribuição do Fundecitrus, que aumentará significativamente o ônus do produtor independente.  “Esse novo modelo de contribuição é muito injusto, porque repassará ao produtor o maior percentual de financiamento do Fundecitrus, ou seja, todo o ônus vai cair sobre o produtor independente. O Rally da Citricultura apresenta uma perspectiva fantasiosa para o Fundecitrus, uma vez que o Fundo continuará a ser gerido apenas pela indústria, que será a única a reunir as condições, pelo novo estatuto, de disputar lugares no Conselho”, diz o presidente da Associtrus, Flávio Viegas.

A Associtrus também fez várias observações sobre a maneira como é apresentada a nova contribuição do Fundecitrus pelos pesquisadores do Pensa e o fato da instituição estar sendo usada pela indústria para dar credibilidade ao novo estatuto do Fundo. Para a associação, a alteração na contribuição provocará o genocídio do pequeno e médio produtor independente. “Infelizmente, o produtor mal informado sai da palestra com a impressão de que, com o novo estatuto, o Fundecitrus se transformará num super-órgão da citricultura, capaz de promover campanhas de incentivo ao consumo de laranja, divulgar estimativas de safra, preço etc. O novo estatuto já foi aprovado às escuras e o produtor será penalizado já que sua contribuição aumentará, no mínimo, para o dobro”, diz Viegas.

 

Depoimento – O presidente do Sindicato Rural de Bebedouro, José Oswaldo Junqueira Franco, suplente no conselho do Fundecitrus, falou das manobras feitas pela indústria para aprovação do novo estatuto. “O novo estatuto foi proposto pela indústria, que apresentou um modelo pronto na última reunião antes da votação. Pelo novo estatuto, a eleição será por chapa fechada, com oito membros, que deverão somar, entre eles, um determinado número de pés, impossível de ser alcançado pelos produtores independentes, ou seja, tudo foi feito para que a indústria continue mandando e desmandando no Fundecitrus. No dia da assembléia para aprovação do estatuto, como ela não foi divulgada, pouquíssimas pessoas compareceram e, desta forma, o estatuto foi aprovado. Meu voto foi contra e está registrado em ata, por considerar que o novo estatuto repassará para o produtor a responsabilidade de manter uma contribuição fixa independe das condições da safra; onerará de forma desigual os pequenos e médios citricultores; não dará aos produtores lugar no conselho; entre outras questões”, disse José Oswaldo, lamentando as alterações na contribuição e no estatuto como um todo.

 

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