Laranja a R$16,00.

20/03/2009

Uma luz, enfim.

Paulo Sader

19/3/2009


Eis que surge uma boa nova: aqui perto de mim, São José do Rio Preto/SP, o preço da laranja para mesa deu um salto. Ainda que com algum atraso em relação ao momento de pagamento de salários do mês, mercadistas pagaram R$16,00/cx de laranja pera na árvore e R$9,00 a caixa da hamlim. Tomara que este nível de preços perdure! A conferir, na sequência, o comportamento da demanda em vista da crise instalada. Seria muito bom que os leitores de outras regiões produtoras do Estado e do país enviassem preços correntes da fruta nas suas localidades. São dados que permitiriam a comparação e percepção de movimentos de mercado, em tempo real.
No âmbito externo, a commodity FCOJ voltou a operar no ritmo dos fundamentos do mercado: grandes estoques e baixa demanda. Na ICE Futures o contrato para maio fechou a US$0,7090, em queda de 0,55% no dia de ontem.
Embora a semana tenha começado sob o impacto das notícias de que a SDE – Secretaria de Direito Econômico determinou a abertura dos documentos apreendidos pela Receita Federal junto às indústrias de suco durante a Operação Fanta, nenhum desdobramento foi registrado.
De modo geral as notícias da semana pouco ou nenhum efeito imediato têm sobre os preços dos nossos produtos, mas mostram a complexidade do ambiente em que estamos inseridos.
Uma lei antimonopólio chinesa, localmente criticada por excesso de abertura, atingiu a Coca Cola que propusera a compra da China Huiyan Juice Group, maior fabricante de sucos da China e detentora de 33% do mercado de sucos puros naquele país. Tivesse realizado o negócio, a Coca Cola dobraria seu market share na China, o que significaria uma grande vantagem sobre sua maior concorrente, a Pepsi, na disputa que ambas vêm travando pela compra de divisões de bebidas e sucos em países em desenvolvimento, numa diversificação para além dos refrigerantes, conforme analistas citados pela Bloomberg.
Diversificação parece ser palavra de ordem na Louis Dreyfus Commodities, também, aqui no Brasil. O grupo, proprietário da Coinbra, em Bebedouro/SP, é forte candidato a adquirir o controle da endividada e sucroalcooleira Santelisa Vale.
Por fim, com esperança, cito a decisão da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Citricultura de criar um grupo de trabalho para elaborar a agenda estratégica da cadeia produtiva de citros e outro responsável pelo marketing geral do setor, com o objetivo de ampliar o mercado interno e externo dos nossos produtos.
Ah, e hoje, um viva para São José, que para alguns é padroeiro dos agricultores, tão necessitados de ânimo, dinheiro e sabedoria, não necessariamente nesta mesma ordem!

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