Citricultores querem mais tempo para discutir Consecitrus

30/11/2010
Reunidos em Bebedouro, citricultores ligados à Associtrus e representantes de sindicatos rurais chegam à conclusão de que a elaboração do Consecitrus deve ser cuidadosa e muito bem estudada.

Diretores da Associtrus, prefeitos de municípios citrícolas, representantes de sindicatos rurais e citricultores chegaram à conclusão nesta segunda-feira (29/11), em Bebedouro, que o Consecitrus não pode ser elaborado às pressas como tem sugerido a indústria de suco de laranja, nas reuniões na Secretaria de Agricultura de São Paulo. “Não podemos começar um debate de trás pra frente. Cana não é a mesma coisa que laranja. Não adianta discutir estatuto antes de se levantar os benefícios para o produtor e antes de termos claro as vantagens que o Consecitrus trará para o setor”, observa o presidente do Sindicato Rural de Bebedouro, José Oswaldo Junqueira Franco ressaltando que “a assinatura do protocolo de intenções foi precipitada”.

A necessidade de haver maior transparência por parte das indústrias foi consenso dos mais de cem produtores que acompanharam o encontro “O Consecitrus na visão dos citricultores”. “As coisas não podem ser feitas na correria, na pressão. Precisamos de um sistema que garanta, com clareza, uma distribuição justa na cadeia citrícola e que assegure a renda para o produtor”, observa o presidente da Associtrus, Flávio Viegas.

O presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga e representante da Faesp, Marco Antônio dos Santos destaca que “o encontro foi importante para definir que todos querem que haja mais diálogo para chegar àquilo que será bom para ambos. Todos os pontos positivos e negativos devem ser questionados antes da assinatura de qualquer documento”.

A convite da Associtrus, o presidente da CitrusBr, Christian Lohbauer, participou do evento e em seu pronunciamento disse “entendo que momentos do passado deixem os produtores com uma certa reserva mas, acredito que o Consecitrus seja a melhor forma de regular as relações entre indústrias e produtores. Estamos dispostos a ouvir e a elaborar o Consecitrus a partir de um consenso”.

O vice-presidente da Associtrus, Douglas Kowarick, fez uma exposição a respeito do estudo do professor Marcos Fava Neves, do Markestrat, elaborado a pedido das indústrias, e apontou distorções quanto a: tamanho da propriedade X eficiência; custo de produção operacional X custo total; custos da planilha da CitrusBR X custos Conab; dentre outros pontos. “O objetivo do Consecitrus é assegurar a renda do produtor. Ainda há muitos desafios como: falta de consenso entre os citricultores, falta de confiança nas propostas das indústrias, desequilíbrio de forças e transparência nas informações. A Associtrus quer um Consecitrus transparente, com dados reais sobre oferta X demanda; planilhas detalhadas de custos das indústrias; índices técnicos; inclusão de todos os produtos e subprodutos; levantamento do preço do suco na gôndola; participação no preço CIF Roterdam proporcional aos custos e riscos; e tempo para mais estudos e discussões”, diz Douglas.

O encontro contou também com a presença dos prefeitos de Bebedouro, João Batista Bianchini, o Italiano, e de Cajobi, Dorival Sandrini; e do deputado estadual e coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Citricultura, Davi Zaia.


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