Forte demanda por fertilizante surpreende o segmento.

16/04/2008

Consumo não arrefece e surpreende o segmento

De São Paulo
20/03/2008

 

A forte demanda brasileira por fertilizantes continua a surpreender analistas e as próprias empresas do segmento. No mês passado, esperava-se que as entregas das misturadoras - que produzem o insumo para consumo final - às revendas diminuíssem em relação a janeiro, como quase sempre acontece, mas isso não ocorreu. Resultado: o melhor fevereiro da história, conforme balanço preliminar da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

 

Os números mostram que as entregas somaram 1,847 milhão de toneladas, praticamente o mesmo volume de janeiro e 28,2% acima de fevereiro de 2007. Com isso, as vendas atingiram 3,695 milhões de toneladas no primeiro bimestre, 22,6% mais que em igual intervalo do ano passado. Em relação aos primeiros dois meses de 2006, o crescimento chega a 65,4%.

 

Segundo Eduardo Daher, diretor-executivo da Anda, a surpreendente procura pelo insumo resulta da combinação entre a aceleração das compras para o plantio da safrinha de milho, que neste inverno deverá superar a produção do ano passado, e a continuidade de um movimento de antecipação de pedidos por parte de agricultores que já estão se armando para semear a próxima safra de grãos de verão (2008/09), cujo plantio começa em setembro no centro-sul.

 

A antecipação marcou o mercado no ano passado, sobretudo em virtude do contínuo encarecimento do produto, que as empresas reiteram se tratar de um reflexo das oscilações internacionais. "A pressão de demanda é global, não apenas brasileira. Daí a Rússia ter decidido taxar suas exportações", afirmou Daher. Como informou na quarta-feira o Valor, as exportações russas de fertilizante à base de potássio serão oneradas com tarifa de 5%, enquanto os embarques dos demais nutrientes passarão a pagar 8,5%. Mesmo no país, que é um produtor relevante, os preços domésticos dobraram em 2007.

Para Daher, é difícil saber se a tendência de alta vai perdurar ao longo de 2008. Se a turbulência financeira mundial deixar como saldo commodities agrícolas mais baratas, o mesmo deverá acontecer com seus insumos. Ainda assim, a Anda crê que a demanda interna crescerá ate 8% no ano. (FL)

Fonte:Valor