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Disparada de fertilizantes revolta agricultores

30/05/2008

30/05/2008

 

Numa ?poca em que os pre?os dos alimentos disparam em todo o mundo, os de fertilizantes tamb?m est?o em forte alta, produzindo enormes lucros para seus principais fabricantes e revolta entre agricultores em lugares t?o distantes quanto Brasil, Estados Unidos e ?ndia. 

 

Os pre?os dos fertilizantes est?o subindo mais r?pido que o de qualquer outra mat?ria-prima usada pelos agricultores. Em abril, eles pagaram nos EUA 65% mais pelo fertilizante do que um ano antes, segundo o Departamento de Agricultura americano (USDA). Isso se compara com aumentos de 43% para o combust?vel, 30% para sementes e 3,8% para qu?micos como agrot?xicos no mesmo per?odo, segundo os ?ndices do USDA. 

 

A disparada dos custos tem tornado mais dif?cil para os produtores rurais expandir suas lavouras em resposta ? crise global dos alimentos que provocou protestos, racionamento e controle de exporta??o em muitos pa?ses. Os pre?os dos alimentos subiram nos ?ltimos meses porque a crescente demanda por cereais, que excedeu a produ??o durante boa parte desta d?cada, reduziu os estoques a n?veis extremamente baixos. 

 

Isso ajudou a chamar aten??o para os custos da produ??o agr?cola, que incluem os fertilizantes. Os agricultores dizem que h? poder de mercado demais concentrado nas m?os de um pequeno grupo de empresas dos EUA, Canad? e R?ssia, que dominam a produ??o mundial de carbonato de pot?ssio e fosfato. Junto com o nitrog?nio, o pot?ssio, normalmente na forma de carbonato de pot?ssio, e o f?sforo, na forma de fosfato, s?o os principais ingredientes do fertilizante. 

 

O pre?o do fertilizante "desafia a explica??o racional", diz Robert Carlson, presidente do Sindicato dos Agricultores da Dakota do Norte, um dos grupos rurais mais influentes daquele Estado americano. Numa carta de 8 de maio ? delega??o da Dakota do Norte no Congresso dos EUA, ele acusou as empresas do setor de cobrar "pre?os extorsivos" e solicitou uma investiga??o. Na sexta-feira, o senador Byron L. Dorgan, um democrata da Dakota do Norte, disse estar pedindo ? Comiss?o Federal de Com?rcio do governo americano (FTC) que investigue as pr?ticas do setor. Dorgan chefia o subcomit? de Com?rcio do Senado que supervisiona a FTC.  

 

Os grandes produtores de fertilizantes refutam qualquer alega??o de pre?os extorsivos. Eles afirmam que est?o simplesmente aumentando os pre?os para refletir a oferta limitada e a crescente demanda depois de anos de pre?os relativamente baixos. 

 

Mas h? uma pe?a inusitada nesse quebra-cabe?a: em v?rios pa?ses, leis obscuras protegem os fabricantes de carbonato de pot?ssio e fosfato de certas regras de defesa da concorr?ncia. Nos EUA, por exemplo, os fabricantes de fosfato est?o entre as poucas ind?strias autorizadas pela Lei Webb-Pomerene de 1918 a discutir com rivais pre?os e outras quest?es. 

 

Alguns especialistas em quest?es legais acham que a lei j? deixou de ser ?til. "? uma lei obscura que est? moribunda", diz Jim Mongoven, um advogado no Escrit?rio de Concorr?ncia da FTC. 

 

Na ?ndia, o presidente de um dos compradores de fertilizantes do pa?s est? pedindo ajuda da Organiza??o das Na?es Unidas (ONU). "Os pre?os de fertilizantes est?o subindo artificialmente por causa da manipula??o de traders e fornecedores", disse Udai Shanker Awasthi, presidente da Indian Farmers Fertilizar Co-operative Ltd.. 

 

A China, depois de protestos iniciais, concordou recentemente em pagar US$ 576 por tonelada de carbonato de pot?ssio, US$ 400 mais do que no contrato anterior de 2007, ? Canpotex, um cartel de exportadores do produto protegido por uma isen??o na Lei de Concorr?ncia do Canad?. 

 

Em mar?o, autoridades antimonop?lio da R?ssia exigiram que a maior fabricante de carbonato de pot?ssio do pa?s, a Uralkali, cortasse os pre?os internos do produto depois de discutir em tribunal com a empresa o comportamento dela. O governo brasileiro est? avaliando a nacionaliza??o das jazidas de fertilizantes do pa?s para ajudar a reduzir os custos de produ??o agr?cola. 

 

Ajudada pela disparada nos pre?os, a canadense Potash Corporation of Saskatchewan Inc., uma das empresas que formam a Canpotex, junto com a americana Mosaic Co. e uma produtora canadense menor chamada Agrium Inc., registrou lucro l?quido no primeiro trimestre de US$ 566 milh?es, quase o triplo de um ano antes. A a??o da empresa subiu quase oito vezes em rela??o a tr?s anos atr?s. O mais recente lucro trimestral da Mosaic foi de US$ 520,8 milh?es, um aumento de mais de dez vezes em rela??o a um ano antes. 

O fosfato, um mineral encontrado na vida marinha fossilizada, fornece nutrientes essenciais para o desenvolvimento das c?lulas das plantas, ao passo que o pot?ssio, extra?do do solo, ajuda-as a crescer. Os pre?os de ambos t?m aumentado mais r?pido do que os do nitrog?nio, fabricado num processo que exige muito g?s natural. 

 

Na Am?rica do Norte, fertilizantes de nitrog?nio s?o bastante aplicados em campos de milho e trigo. A ur?ia, um fertilizante de nitrog?nio, est? sendo vendida por cerca de US$ 600 por tonelada, o dobro do pre?o de um ano atr?s, a maior parte por causa de uma forte alta do g?s natural. 

 

O fosfato subiu para cerca de US$ 1.000 por tonelada, ante US$ 365 no ano passado, segundo a publica??o setorial "Green Markets", enquanto o do f?sforo est? a mais de US$ 700, ante US$ 230. 

 

Executivos do setor dizem que suas empresas tentam aumentar a produ??o ao fazer com que suas minas funcionem de maneira mais eficiente, mas h? menos minas novas em planejamento. 

 

Michael R. Rahm, diretor de an?lise econ?mica e de mercado da Mosaic, afirma que os pre?os de sua empresa refletem verdadeiramente oferta e demanda. "A ind?stria n?o estava equipada para lidar com o aumento" da demanda, diz. Ainda assim, ele afirma entender que os agricultores possam estar preocupados com a cont?nua alta dos pre?os. 

 

Bill Doyle, diretor-presidente da Potash Corp., disse a investidores numa teleconfer?ncia em abril sobre o balancete trimestral que os pre?os do carbonato de pot?ssio podem em breve chegar a US$ 1.000 por tonelada. Ele acrescentou que a continuidade das altas ser? "um choque" para alguns consumidores. 

 

Na segunda-feira, Doyle qualificou, em entrevista ao Wall Street Journal, as queixas recentes de rea??o emocional. Os pre?os dos fertilizantes come?aram a subir firmemente cerca de um ano atr?s, depois de quase dez anos de estabilidade. "As pessoas n?o gostam de pre?os mais altos", disse. Mas "voc? nunca ouve ningu?m reclamar quando os pre?os est?o baixos". 

 

Doyle disse n?o ter nenhum problema com uma investiga??o de suas atividades, mas acrescentou que as autoridades v?o se dar conta de que os pre?os mais altos s?o "puro reflexo do mercado". 

  

Analistas externos dizem que o setor tem oferta suficiente. "N?o h? realmente um problema de oferta no momento", diz Steve Jesse, um economista agr?cola do Rabobank Group, da Holanda, que ? forte no cr?dito rural. A Organiza??o para Alimentos e Agricultura da ONU afirmou numa previs?o de fevereiro que a oferta mundial de nitrog?nio, f?sforo e pot?ssio ? "confortavelmente suficiente para cobrir o crescimento da demanda" pelo menos at? 2012. 

 

Fonte: Valor Econ?mico


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