30/01/2009
Se o que ocorre em janeiro se repetir no restante do ano, em 2009 ser? quebrada pela primeira vez a seq??ncia de anos com saldo positivo na balan?a comercial. Entre os dias 19 e 25 deste m?s, a diferen?a entre exporta?es e importa?es atingiu resultado negativo de US$ 255 milh?es, principalmente pela baixa cota??o das commodities agr?colas.
No per?odo, as exporta?es somaram US$ 2,31 bilh?es, e, as importa?es, US$ 2,56 bilh?es, apontam n?meros do Minist?rio do Desenvolvimento, Ind?stria e Com?rcio. Em 2008, a balan?a comercial teve super?vit de US$ 24,7 bilh?es, o que provavelmente n?o ocorra em 2009.
H? risco de o Pa?s perder a autonomia financeira e passar a depender cada vez mais de investidores externos se mantida a tend?ncia de queda no super?vit, um importante indicador da economia. Os d?lares que ingressam no Brasil por conta das transa?es comerciais ajudam a financiar as contas com o exterior.
Com base nesse cen?rio, a Gazeta procurou o presidente da Associtrus, Fl?vio Viegas, e o diretor-propriet?rio da Apidouro, Jo?o Carlos Laforga Messa, envolvidos com os dois produtos exportados de Bebedouro: laranja e mel.
Laranja ? A exporta??o de suco de laranja poder? pressionar o saldo da balan?a comercial por dois fatores: falta de mat?ria-prima e alto pre?o do produto para o consumidor final. A an?lise ? do presidente da Associtrus, Fl?vio Viegas.
Em 2008, o setor faturou R$ 1,9 bilh?o com exporta??o, os n?meros podem ser bem maiores, se levados em conta dados de revistas especializadas publicadas no Exterior. Enquanto o suco concentrado sai do Brasil com a tonelada vendida a 230 d?lares, mas em solo americano, a mesma quantidade ? faturada em 750 d?lares.
Segundo o l?der rural, os US$ 1,9 bilh?o de exporta??o foi transformado em US$ 10 bilh?es, frutos da larga margem de lucro das processadoras de suco, brasileiras e americanas, ?E o produtor de laranja n?o participa da divis?o dessa quantia?, lamenta.
Por isso, ele acha evit?vel a queda de exporta??o se as empresas promoverem uma redu??o dos seus pre?os.
Quanto ? queda do estoque, Viegas considera a situa??o dif?cil de ser contornada. H? duas safras, ocorrem quedas sucessivas da produ??o citr?cola causadas por duros per?odos de estiagem. Somam-se ao fato, a falta de dinheiro do citricultor para investimento nos pomares e o alastramento do greening, doen?a incur?vel que leva ? erradica??o da ?rvore.
Doce exce??o ? Para os exportadores brasileiros de mel, o cen?rio n?o ? ruim. Respons?vel pelo fornecimento mundial de 1,5% do produto, o Pa?s se beneficia da falta do produto, o que torna o setor aparentemente ileso aos efeitos da recess?o mundial.
Nos ?ltimos tr?s anos, apicultores argentinos foram castigados com uma forte seca que fez a exporta??o cair de 100 mil toneladas para 60 mil, com perspectiva de mais 20% de redu??o em 2009.
Esse quadro obrigou os importadores do 1? mundo a recorrerem ao Brasil, que est? com boa parte da produ??o anual de 15 mil toneladas j? comprada.
O diretor-propriet?rio da Apidouro, Jo?o Carlos Laforga Messa, de Bebedouro, est? satisfeito com os contratos fechados para mar?o e abril, com chances de continuar bem no segundo semestre do ano: ?os estoques mundiais est?o baixos, mas a demanda continua alta?.
O empres?rio s? lamenta que a crise financeira tenha causado a queda de 30% na cota??o do produto, mas a supervaloriza??o do d?lar conseguiu compensar o valor recebido.
A grande procura pelo mel brasileiro ? prova de que principalmente a demanda europ?ia n?o foi afetada. ?O consumo est? mantido, mesmo com a crise?, analisa o exportador.
A ?nica preocupa??o de Jo?o Carlos ? ver o Brasil v?tima dos efeitos clim?ticos que atingiram a Argentina no segundo semestre de 2008. ?Fora isso, nossa situa??o est? doce?, diz o empres?rio.
Fonte: Gazeta de Bebedouro
