25/10/2010Associtrus é aceita no processo como terceira parte interessada.
Brasília, 20 - As empresas de processamento e fornecimento de suco de laranja Citrosuco e Citrovita assinaram hoje com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um Acordo de Preservação de Reversibilidade da Operação (Apro). O Apro prevê que a fusão entre as duas empresas, anunciada em 14 de maio e que criou a maior companhia mundial do setor, possa ser revertido caso o Cade não aprove a operação.
A Citrosuco é controlada pelo Grupo Fischer e a Citrovita, pelo Grupo Votorantim. Se aprovada a fusão, as duas companhias terão sete fábricas, oito terminais e cinco navios, além de pomares, no Brasil e no exterior e vão ocupar a liderança mundial na produção de suco de laranja.
A advogada da Citrovita, Gianni Nunes, disse que a proposta de firmar o Apro partiu das empresas. "A intenção é dar ao sistema a tranquilidade necessária para a análise técnica do caso", disse ela.
"Basicamente, as empresas vão manter as estruturas independentes, bem como a aquisição de frutas, até que a fusão seja julgada pelo conselho", resumiu.
Ao final da sessão de julgamentos do Cade desta quarta-feira (20), o conselheiro relator do caso Citrosuco/Citrovita, Carlos Ragazzo, disse também que aceitaria a participação da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus) no processo, como terceira parte.
O Acordo de Associação das duas empresas estabelece "a reorganização de sociedades dos respectivos grupos, visando à futura integração de suas atividades de produção, armazenagem, transporte, distribuição e comercialização de suco de laranja e seus subprodutos e derivados, bem como de plantio e cultivo de laranja e de logística relacionada a tais atividades". Ao final, cada grupo requerente deterá 50% do negócio.
Juntas, Citrosuco e Citrovita chegam ao mercado com um faturamento de R$ 2 bilhões. Com a união dos ativos, as duas empresas terão 25% do mercado mundial de suco de laranja e entre 40% e 45% de toda a laranja processada no País, deixando para trás a Cutrale, que até agora detinha a liderança, com cerca de 35% do total de frutas adquiridas pela indústria nacional.
(Célia Froufe)
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