Um só pensamento!

11/02/2009

Pesquisador sugere pacote econômico para citricultura

  

Teoria de especialista coincide com sugestão de lideranças.

 

 Nos últimos anos, para evitar o fechamento de bancos e montadoras, o governo federal lançou pacotes de incentivo. Para o pesquisador Marcos Fava Neto (USP-RP), o momento é de oferecer a mesma ajuda para a cadeia produtiva da citricultura.

Membro do conselho do Pensa, órgão de estudos do agronegócio na USP, Fava concorda com o presidente da Associtrus, Flávio Viegas, sobre o risco do fechamento da fábrica da Citrosuco em Bebedouro ser apenas o começo dos problemas no setor, conforme reportagem veiculada na edição de terça-feira (10). “Outras unidades fabris correm o risco de serem fechadas”, diz o estudioso.

O risco estaria concentrado na região Norte do Estado, tradicional na produção de laranja, que nos últimos anos tem perdido área para a cana-de-açúcar.

Para Fava, a ajuda do governo poderia ser na forma de linhas de crédito para renovação de pomares e manutenção das plantações. “Além de linhas específicas de financiamento para a exportação”.

O presidente do Sindicato Rural de Bebedouro, José Osvaldo Junqueira Franco, diz que as processadoras de suco não podem reclamar da falta de fruta, porque o quadro atual é resultado de anos de baixa remuneração dos citricultores impostas pelas maiores grupos do setor. “Sem estímulos, muitos preferem plantar cana, seringueira ou qualquer coisa mais rentável, por isto, agora há uma oferta mínima de laranja”.

Viegas concorda com as sugestões de Fava Neto, mas discorda com a hipótese de ajuda financeira para as indústrias, ressaltando que elas ganharam muito dinheiro com ampla margem de lucro na exportação.

O dirigente rural queixa-se da postura do governo do Estado, que em 2008, teria recebido representantes das indústrias para discutir a crise no setor, mas ainda não agendou reunião com os citricultores. Viegas diz que é “equivocada” a visão de que as dificuldades da citricultura só devem ser solucionadas pelo governo federal.

O sindicalista, do setor da alimentação, não vê outra saída. José Antônio Janota, acredita que a falência das empresas será prejudicial para todos: empregados e produtores.

Gazeta de Bebedouro