Associtrus lamenta encerramento da produção da Citrosuco em Bebedouro

09/02/2009

Diversos setores da economia serão afetados diretamente com o fechamento da unidade. Mais de 200 funcionários já começaram a ser demitidos.

 

A Associtrus lamenta o encerramento das atividades da unidade da Citrosuco, segunda maior processadora de suco de laranja do mundo, em Bebedouro. “Infelizmente, desde a aquisição da Cargill pelo grupo Fischer (Citrosuco), em 2004, já prevíamos a possibilidade de fecharem a fábrica de Bebedouro, considerando que já possuíam capacidade mais que suficiente de processamento. A aquisição, na época, objetivou tirar um concorrente do mercado, dando seqüência à política de concentração e vertilização do setor industrial, que objetiva aumentar a margem de lucro a partir da redução da oferta, reduzindo a remuneração ao produtor, e do aumento do preço do suco para o consumidor final”, lamenta o presidente da associação, Flávio Viegas.

Os mais de 200 funcionários da unidade de Bebedouro já começaram a ser demitidos. “Os reflexos para a economia regional vão muito além das demissões. Setores como o de prestação de serviços e o comércio serão diretamente afetados, além da queda da arrecadação municipal”, observa Viegas.

A produção de suco de laranja da Citrosuco em São Paulo será concentrada nas duas outras unidades da empresa, nas cidades de Limeira e Matão. A Citrosuco também mantém uma fábrica de suco em Lake Wales, na Flórida (EUA) e outra em Videira (SC), onde também produz suco de maçã. A companhia possui o maior terminal do mundo de escoamento de suco, em Santos (SP), o maior terminal europeu, em Ghent (Bélgica), além de terminais em Wilmington (EUA) e Toyohashi, no Japão.

Produtores - Os produtores que entregavam a fruta em Bebedouro deverão sofrer com o aumento do valor do frete. “O setor ficará ainda mais concentrado e o produtor com menos opções de comercialização”, constata Viegas. O aumento dos custos com o controle de doenças como o greening, a escassez de financiamentos agrícolas e os baixos preços pagos pela fruta inviabilizam a atividade para o produtor. “Está cada vez mais difícil se manter na citricultura, por isso, a união dos produtores é fundamental neste momento de crise”, finaliza.

 

 

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