Consecitrus, restabelecendo a verdade



26/04/2012

Ao contrário do que vem sendo divulgado, a Associtrus não saiu das negociações para formação do Consecitrus, mas foi excluída pelas indústrias, pois a intenção era “oferecer” às entidades que representavam os citricultores o ConsecitrusBR, preparado sem nenhuma transparência pela indústria.

Depois de quase uma década negando-se a discutir o assunto, repentinamente, em 2009, a indústria processadora de citros criou a CitrusBR tendo como prioridade absoluta a elaboração do Consecitrus.

Fomos então contatados pelo presidente da CitrusBR, que nos informou da intenção da indústria de nos oferecer o Consecitrus e para isto seria contratada a MBagro liderada por Alexandre Mendonça de Barros. Respondemos que não queríamos aderir a uma proposta, mas construir democraticamente uma proposta que, entre outras coisas, assegurasse transparência nas informações e uma distribuição da renda proporcional aos investimentos, custos e riscos de cada um dos elos da cadeia produtiva.

Assinamos em outubro de 2010 uma carta de intenções comprometendo-nos a participar da elaboração do Consecitrus. O propósito era trabalhar os aspectos técnicos, que prevíamos ser a etapa mais difícil do processo, para depois elaborarmos o estatuto. Contratamos assessoria técnica para, através de reuniões semanais, elaborarmos a proposta. Após quatro reuniões, os trabalhos foram suspensos sob o pretexto de aguardar uma atualização da planilha de custos de produção da laranja pela CONAB.

A indústria passou então a priorizar o estatuto e, em agosto de 2011, convidou a Associtrus para uma reunião, tentando coagi-la a comprometer-se a assinar o estatuto, mesmo sem conhecer o que viria a ser o seu teor. Argumentamos que essa exigência descabida equivaleria a dar uma procuração à indústria para impor o estatuto aos parceiros e lembramos que já nos havíamos comprometido formalmente a participar da elaboração do Consecitrus.

Tudo indica que as outras entidades aceitaram a condição absurda e humilhante. A partir de então, sob a alegação inverídica de que a Associtrus era contra o Consecitrus e que “se negava a assinar o estatuto”, iniciaram uma série de manobras para buscar uma entidade que substituísse a Associtrus e acabaram usando sem autorização o nome da Coopercitrus. Como a Coopercitrus não admite participar do Consecitrus, a FAESP tentou ocupar o espaço e conquistar o controle das decisões do lado dos citricultores, o que levou a SRB a anunciar sua saída do acordo. Porém, quando a FAESP tentou vetar o nome de João Sampaio, a indústria mudou de posição e assinou com a SRB. Como se vê, a questão centrou-se na disputa de poder e de cargos. Tudo indica que, no preenchimento dos inúmeros cargos criados pelo ConsecitrusBR, teremos uma nova disputa por espaço e poder. Isto também demonstra que as duas entidades citadas só tomaram conhecimento do estatuto depois de pronto e sua grande preocupação é obter um cargo!