05/09/2008
N?o s? n?s, assim como v?rios autores de artigos sobre o setor, alertamos para
?ltima semana da citricultura, tradicional e esperado acontecimento, e, sobretudo em diversas conversas paralelas, constatamos uma preocupa??o n?tida e crescente, principalmente com rela??o aos custos de produ??o e controle do greening (HLB).
O presidente da Associtrus, Flavio Viegas e a Dra. Margarete Boteon, apresentaram n?meros de valores m?dios pagos nas ?ltimas safras, na ordem de 5,6 usd/cx, o que,
convenhamos, s?o valores historicamente altos se olharmos o relativismo dos valores em
d?lares. O problema ? que o c?mbio mata dos dois lados, a ind?stria ao vender seus produtos e o citricultor ao vender sua safra.
N?o h? como negar que as coisas mudaram e continuam a mudar rapidamente. Ser? que a hist?ria e a interfer?ncia mundial do d?lar j? n?o est?o no fim, assim como os grandes
imp?rios foram decaindo ao longo da hist?ria?
Hoje para produzir e manter a safra as coisas n?o andam boas e os custos est?o disparando, principalmente devido aos seguintes fatores.
1. As normas trabalhistas (terceiriza??o e NR31) mais que nunca est?o na mira n?o s? por ?rg?os federais brasileiros, como tamb?m pelo mercado comprador que cria barreiras
comerciais, baseadas em aspectos socioecon?micos e ambientais;
2. Amea?a de greening (HLB) ? progressiva e seu combate e exterm?nio custa o patrim?nio plantado, parcial ou at? mesmo total.
3. As oscila?es clim?ticas afetando a produ??o e, portanto aumentando custo por caixa produzida (produ??o baixa + eleva??o dos custos = custo por caixa maior!).
4. Replantios adensados ou super-adensados geram custos de investimentos maiores e tratamentos mais dif?ceis. Imaginemos uma safra paulista total de 360 milh?es de caixas, e as ind?strias processando cerca de 320 milh?es e, se nos basearmos nos n?meros especulados (n?o oficiais), pode-se dizer que as ind?strias det?m perto de 20% de produ??o pr?pria, ou algo em torno de 70 milh?es de caixas, o que as torna os maiores produtores de citros.
Fica claro, portanto que s?o os maiores interessados na boa sa?de do campo direta ou indiretamente; a? consideramos a sua participa??o fundamental pelas metas e objetivos do
FUNDECITRUS, principalmente no problema do crescimento do greening (HLB) nos pomares do Estado e S?o Paulo..
N?o temos condi?es de bater de frente com o d?lar, o impacto dele na economia ? mundial e n?s aqui no fim da linha, pagamos uma parte dura do pato!. Sobre o aquecimento
global e as loucuras clim?ticas quase nada podemos fazer.
Enfim, s? nos resta um ?choque de gest?o e de quest?o? que a nosso ver passa pelos seguintes fatores.
1. Amadurecimento real e efetivo das rela?es comerciais com as ind?strias eliminando-se os rancores e paradigmas.
2.Gerenciamento empresarial da atividade com controle eficaz de produtividade, efici?ncia e custos.
3.Associativismos e participa??o para aumento e fortalecimento pol?tico da atividade.
4. Moderniza??o dos tratos e profissionalizando controles e perdas.
5. Estat?sticas, levantamento de dados, previs?es oficiais e p?blicas nos moldes americanos.
Por si s?, a agricultura ? exposta a riscos imprevis?veis, nosso papel ? sempre de administrar bem estes riscos e diminuir seus impactos, mas isoladamente ? praticamente
imposs?vel; quem pensar assim, daqui para frente estar? fadado a sair da atividade, mudar para a cana ou outras culturas que, c? entre n?s, tamb?m sofrem riscos e oscila?es perigosas tanto quanto.
Chorar n?o adianta, a solu??o ? a a??o. E r?pida!
Paulo Celso Biazioli- Eng. de Alimentos e consultor de GSA ?Tecnolog?a e Sistemas Alicitros ?
Associa??o de Citricultores de Limeira ? pcbiazioli@yahoo.com.br (19) 96058989
Fonte: http://www.espacocitricola.eng.br/
