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Está tudo errado no agronegócio brasileiro! Parte I

05/09/2008

Desde a primeira edi??o da revista DBO Agrotecnologia, da qual sou editor, tenho batido na mesma tecla: a falta de uni?o entre os produtores! Na edi??o anterior da revista, e tamb?m aqui neste blog, escrevi que aquilo que precisa ter sustentabilidade ? o agricultor. O artigo foi replicado por dezenas de sites do agroneg?cio, sites de cooperativas, associa?es, sindicatos e empresas. Recebi dezenas de cartas, e-mails e telefonemas parabenizando pelo artigo. Lamentavelmente n?o ? esse o caminho. Constato, dessa forma, que s? informa??o e conscientiza??o n?o ? suficiente, precisa de a??o.

O que precisa acontecer, antes de tudo, e de forma urgente, ? a uni?o entre os produtores. Sem essa uni?o vamos continuar patinando, ou seja, dois ou tr?s anos bons e dois ou tr?s anos ruins, depois dois anos normais, a? vem uma crise dos diabos, quebra um monte de gente, espera mais um pouco at? a situa??o normalizar... e assim se vai levando.
O mundo tem pressa. Ser? que o agricultor n?o tem pressa?
Por que os produtores rurais na gringol?ndia conseguem ter uni?o? Por que os brasileiros, n?o conseguem? O que falta? ? lideran?a? S?o novas id?ias? ? um problema cultural? Quando se conversa sobre o tema com agricultores h? plena concord?ncia sobre a desuni?o ser um problema, mas a frase seguinte ? desanimadora: ?isso a? sempre foi assim, n?o tem jeito?.

Com toda a certeza, atrav?s de novas lideran?as em associa?es e cooperativas, poder?amos acelerar os processos, em especial o de agregar valor aos produtos da terra.
O agroneg?cio brasileiro como um todo, em vias de se tornar dentro em breve o maior e melhor do planeta, porque inegavelmente j? ? o mais competitivo, ainda patina na lucratividade, na falta de seguran?a do produtor. Salvam-se os que investem alto em tecnologia para obter produtividade acima da m?dia, por?m estes tamb?m quebram em anos de pre?os ruins.

O Brasil precisaria exportar alimentos com valor agregado, e isto significa dizer que os produtos agr?colas, commodities logicamente, precisam ser exportados n?o in natura, mas com pelo menos algum processamento industrial, que ? o que agrega valor, seja para o produtor, seja para as cooperativas. Abordei o tema sob v?rios ?ngulos e diferentes ?ticas no livro ?Marketing da Terra?, mas houve pouqu?ssima resson?ncia.
? claro que para agregar valor precisa-se de investimentos. Como n?o existe esse dinheiro todo sobrando, a ?nica maneira seria os produtores terem uni?o, exercerem uni?o para alcan?ar seus objetivos comuns, que ? o de ter seguran?a na atividade, e lucro, pois lucro n?o ? pecado.
Com a uni?o e um pouco do dinheiro de cada um arruma-se um dinheir?o para fazer o que deve ser feito.
Que sejam defenestradas as antigas lideran?as do agroneg?cio, que haja sangue novo e profissionalizado para reinventar o agroneg?cio, essa ? a proposta. Do contr?rio n?o vai se chegar a lugar algum, mesmo que eles assim o desejassem, pois n?o poderiam, o sistema parece estar engessado, viciado.

? tempo de mudar, ? tempo de reinventar e de recriar. J? se fez tudo de errado que era poss?vel no agroneg?cio nessas ?ltimas d?cadas. Tivemos acertos e sucessos, ? verdade tamb?m, mas sempre foram breves bons momentos sucedidos por novas crises, que reaparecem cada vez mais virulentas. Continua tudo errado no agroneg?cio brasileiro, esperando a pr?xima crise. Um bom exemplo disso ? a pr?xima safra de ver?o, pode vir a dar tudo certo, com bons lucros, mas pode ter uma quebradeira generalizada se o d?lar vier a se desvalorizar ainda mais, e tudo iria piorar se acompanhado por novas quedas nos pre?os das commodities nas bolsas de mercadorias. Os especuladores est?o de olho, para que possam obter lucro pr?prio, e n?o para encher as burras dos produtores. As ind?strias de alimentos internacionais, aparentemente, j? se abasteceram, compraram nos mercados a futuro, e os picos dos pre?os sumiram. N?o chegaram no topo, nem devem descer muito mais do que j? desceram, mas a instabilidade vai continuar, n?o se tenha d?vida disso.

Para se livrar desse jogo especulativo e nervoso, s? com uni?o os produtores rurais obter?o a seguran?a para trabalhar, at? porque todo dia nasce um monte de novos consumidores pelo planeta afora, e ainda h? a inclus?o social que torna adultos pobres e esfomeados em consumidores de alimentos. Os agricultores s? precisam acreditar que ? poss?vel organizar essa bagun?a em que se tornou o mercado de alimentos no planeta. Os produtores brasileiros, hoje em dia, t?m a faca e o queijo nas m?os, ? s? uma quest?o de querer levar adiante e de acreditar que podemos ser l?deres no agroneg?cio como vendedores de alimentos, e n?o como fornecedores de commodities. Se for vender alimento precisa de uma marca. Falando nisso, cad? a marca ?Brasil??

No artigo publicado na DBO Agrotecnologia, que ? quase um libelo, conclamo leitores e assinantes a que manifestem sua opini?o, que participem dessa verdadeira maratona, que d?em sugest?es e id?ias de como podemos atingir esses objetivos. Quem souber com exatid?o os caminhos para se atingir esse objetivo poder? ser um dos l?deres dos novos tempos que chegam para o agroneg?cio brasileiro.
Evidentemente que tenho algumas id?ias de como se poderia conquistar essa uni?o, atrav?s de associa?es nacionais verdadeiramente representativas dos agricultores, sem esbarrar nos regionalismos ou nas politicagens, fugindo ainda de interesses individualistas. Algumas dessas id?ias est?o no livro ?Marketing da Terra?, mas voltarei em breve a escrever sobre o tema, prometo.

 

Richard Jakubaszko -


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