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Agricultura anticrise?

24/03/2009

Ant?nio M?rcio Buainain*


No passado recente, em v?rios momentos as taxas de crescimento mais elevadas da agricultura pelo menos reduziram os efeitos negativos do baixo dinamismo da economia em geral. Pode voltar a faz?-lo se pol?ticas adequadas forem adotadas. Quando se observam as raz?es imediatas que explicam o desempenho do setor em momentos de crise se constata uma combina??o de mercado externo favor?vel, incentivos de mercado, transmitidos principalmente via taxa de c?mbio, e pol?ticas p?blicas que, mesmo incompletas, pavimentaram o caminho para a expans?o.

O contexto da crise atual ? distinto das recentes anteriores. Embora a maioria tenha sido acionada por fatores externos, o com?rcio mundial em crescimento sempre favoreceu o ajuste via aumento das exporta?es - do agroneg?cio e industriais -, cujos efeitos positivos puxavam a retomada da economia como um todo. Tudo indica que a crise atual ter? forte impacto negativo sobre as exporta?es industriais brasileiras, seja devido ? retra??o do mercado seja ao acirramento da concorr?ncia.

O mercado do agroneg?cio n?o est? imune a estes efeitos, mas as perspectivas para os produtos dos quais o Brasil ? grande produtor e exportador n?o s?o ruins. A demanda por alimentos e mat?rias-primas agropecu?rias apresenta certa rigidez para baixo no curto prazo, pois a tend?ncia das fam?lias ? proteger os gastos com alimenta??o; os pa?ses importadores enfrentam restri?es para expandir a oferta e continuar?o importando para manter a seguran?a alimentar - vari?vel cada vez mais sens?vel politicamente. De imediato, o maior ajuste dar-se-? nos pre?os, mais em raz?o da redu??o do componente especulativo do que dos fundamentos do mercado (oferta e demanda). E, ainda assim, com varia?es entre os produtos. A quest?o ? saber se a agricultura brasileira tem condi?es de enfrentar o per?odo de transi??o sem perder mercado e entrar em uma nova crise.

No esfor?o de reduzir o efeito da crise, agora reconhecida plenamente, o governo tem enfatizado os investimentos do PAC. Mesmo que todas as obras fossem implementadas sem atrasos, n?o seriam suficientes para impulsionar as economias da maioria dos munic?pios. Quando se pensa em crise, desemprego e pol?ticas compensat?rias o foco t?m sido as cidades e a ind?stria. A agricultura e o mundo rural t?m ficado de fora. O momento ? oportuno para transformar a agricultura em fator amortecedor da crise, mas isto exige a identifica??o das amea?as a cadeias e arranjos estruturados (aves e frutas em Petrolina-Juazeiro, por exemplo) e dotar a pol?tica agr?cola de instrumentos para proteger os investimentos estrat?gicos e impulsionar segmentos com potencial imediato de expans?o. A in?rcia pode custar caro.

*Ant?nio M?rcio Buainain ? professor do Instituto de Economia da Unicamp. E-mail: buainain@eco.unicamp.br

 

O Estado de S Paulo

 

24/3/2009

 

 


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