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Viegas aponta alternativa para o setor.

27/07/2009
Mercado interno ? solu??o de curto prazo para citricultura, afirma Viegas
Em entrevista ao Campo News, presidente da Associtrus aponta alternativas para a recupera??o do setor, defende a interven??o do governo e a mobiliza??o dos produtores na tentativa de redefinir o mercado.
 

Com a crise da citricultura no Brasil, as entidades do setor seguem pressionando o governo e trabalhando em busca de alternativas para manter a atividade no Pa?s. Em entrevista ao Campo News, o presidente da Associtrus (Associa??o Brasileira dos Produtores de Citrus), Fl?vio Viegas, falou sobre poss?veis solu?es no combate ao cartel das ind?strias de suco, que determinam as regras do mercado estabelecendo pre?os impratic?veis para o produtor. Para ele, a recupera??o depende do investimento no mercado interno, da interven??o do governo e da mobiliza??o dos citricultores, a exemplo de sistemas-modelo, como o departamento de citros da Fl?rida (EUA).


Campo News: A Associtrus est? recomendando que o produtor de laranja n?o entregue sua produ??o ? ind?stria pelos pre?os praticados atualmente. Ent?o, que alternativas ele tem para n?o perder a safra?


Viegas: Estamos estudando v?rias alternativas, mas elas dependem da sensibiliza??o geral dos citricultores. Atualmente, a melhor alternativa em curto prazo ? investir no mercado interno com algumas a?es. Existe um programa do governo, por exemplo, chamado Esta??o Economia, que abre as esta?es de metr? e trem metropolitano para venda direta de laranja ao consumidor. Isso n?o resolve o problema, mas ? uma medida de impacto, que coloca o produto na m?dia e chama aten??o para o problema. Na verdade, dependemos muito mais da regulamenta??o do mercado, com solu?es de m?dio e longo prazo. Para isso, o governo precisaria realmente intervir e acabar com o cartel das ind?strias de suco e consolidar a quest?o do pre?o m?nimo, que foi aprovado na Comiss?o da Crise da Agricultura e vai tramitar agora nos minist?rios da Agricultura e da Fazenda. N?o vai ser uma tramita??o f?cil, mas se houver uma mobiliza??o dos citricultores, temos chances de conseguir alguma coisa. No dia 25 de agosto haver? uma audi?ncia p?blica no Senado para discutir o assunto e o produtor precisa aproveitar a oportunidade para se manifestar.


Que outras a?es sinalizam o potencial do mercado interno?


Acabo de saber de uma lei que pro?be a venda de refrigerantes nas cantinas escolares. ? uma medida que pode estimular o consumo de suco de laranja. No entanto, ? preciso ficar atento ? composi??o desses produtos tamb?m, para preservar o mercado. Tenho visitado escolas, hot?is, supermercados, e cada vez mais as bebidas oferecidas nesses lugares t?m um teor muito baixo de suco propriamente dito, e o consumidor acredita que est? bebendo suco natural. Em outros casos, a bebida ? falsificada mesmo, totalmente artificial. Com rela??o ? laranja in natura, o padr?o da fruta brasileira ? muito boa, a melhor do mundo. Por isso, falta investir em marketing, pois ainda h? muita desinforma??o sobre os benef?cios da laranja e das frutas em geral. Outro dia, vi uma mo?a na televis?o dizendo que n?o tomava suco porque engorda. Ela n?o considerou que qualquer alimento engorda, e por isso o melhor a fazer ? identificar vantagens e desvantagens de cada um, chegando ? melhor escolha. Considerando essas caracter?sticas, um estudo americano classificou a laranja como um dos 15 melhores alimentos do mundo, mas ?s vezes nem m?dicos e nutricionistas sabem disso.


E de onde viria a verba para esse marketing?


N?s temos a proposta de criar um sistema como o da Fl?rida (EUA), segundo maior exportador de laranja depois do Brasil. L?, existe um departamento de citros estruturado pelo governo, gerenciado por um executivo e um conselho de representantes da cadeia produtiva. Todos os citricultores associados contribuem com um fundo, que arrecada cerca US$ 60 milh?es por ano. Toda a verba ? destinada prioritariamente ao marketing. Agora, com a expans?o do greening, o departamento reservou US$ 20 milh?es para o combate ? doen?a, mas a maior parte do dinheiro continua sendo aplicada em divulga??o. No Brasil, com os produtores endividados e o mercado concentrado na ind?stria, o ideal seria estabelecer um imposto sobre o suco importado e criar um programa de incentivo, deduzindo desse imposto a verba investida pela pr?pria ind?stria no marketing interno do produto.


O que mais o Brasil pode aprender com o modelo da Fl?rida?


Na Fl?rida, os citricultores s?o bem organizados e o lobby deles ? t?o forte que, na ?ltima elei??o, chegaram a eleger 12 congressistas. Por isso, o governo se envolve e interfere no mercado, quando preciso. L?, o produtor tem acesso a informa?es detalhad?ssimas do setor, com dados de estoque, volume processado, pre?o, mercados destinados, entre outros. As informa?es s?o disponibilizadas semanalmente no site da associa??o e permitem que os produtores se organizem conforme o movimento do mercado. No Brasil, n?o temos nem mesmo dados consolidados sobre a safra porque a ind?stria dificulta a pesquisa. As secretarias da Agricultura t?m poder de pol?cia para fazer esse trabalho, mas os pol?ticos n?o querem se confrontar. Na verdade, essas empresas financiam muitas campanhas eleitorais. As multinacionais que atuam no Brasil s?o sediadas aqui e t?m subsidi?rias na Fl?rida, mas agem de maneira diferente l? porque ? uma terra com lei.


A laranja in natura tamb?m est? sendo vendida abaixo do custo no mercado interno. Para que o produtor consiga se recuperar a partir dessa op??o, tamb?m seria preciso aumentar o valor da caixa? Existe o risco desse aumento ser repassado ao consumidor final e gerar um movimento contr?rio, retraindo o consumo?


A laranja est? sendo vendida abaixo do custo porque a ind?stria, como grande compradora, baliza o mercado com uma pol?tica que dificulta a organiza??o dos produtores. Quando eles come?am a se estruturar, as empresas de suco jogam um grande volume de produ??o pr?pria no mercado por um pre?o muito abaixo da realidade e desestruturam qualquer tentativa de organiza??o. Mas o Brasil tem condi?es de abastecer adequadamente o mercado, com um pre?o justo para todas as partes. O custo de produ??o de uma caixa est? na faixa de R$ 15,00, menos de R$ 0,50 por quilo. N?o ? um valor absurdo. Hoje, o varejista compra o quilo da laranja em m?dia por R$ 0,04, e veja o pre?o que estamos pagando no supermercado. Por isso, ? preciso garantir uma correta distribui??o da margem de lucro, porque alguns elos da cadeia se apropriam de toda a renda. Havendo uma remunera??o adequada para cada um, o pre?o n?o vai explodir. O risco existe do jeito que est?. Com a citricultura concentrada nas m?os de poucos, o consumidor vai ser prejudicado mais cedo ou mais tarde.


Silvia Ferreira/Campo News

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