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Roberto Rodrigues: Fazendas Aqui, Florestas Aqui.

30/06/2010

* Roberto Rodrigues (Folha de S?o Paulo-19-06-2010)

Foi publicado recentemente nos Estados Unidos um trabalho t?cnico patrocinado pela Uni?o Nacional dos Agricultores chamado ?Fazendas aqui, florestas l?, mostrando as vantagens que os produtores rurais daquele pa?s poderiam obter se houvesse a redu??o/elimina??o do desmatamento nos pa?ses tropicais, como o Brasil.

O estudo, elaborado pela David Gardner & Associates, mostra que a Indon?sia ? o 3? maior emissor de gases de efeito estufa e o Brasil ? o 4?, ambos por causa do desmatamento e depois da China e dos EUA (estes por outras raz?es).

O prop?sito central do estudo ? mostrar que o pagamento pela preserva??o das florestas tropicais, deixando-as em p?, representaria um grande benef?cio para os agropecuaristas americanos, e quantifica esta vantagem: se fosse poss?vel reduzir o desmatamento tropical em 50% at? 2020 e elimin?-lo completamente at? 2030, o rendimento adicional para os produtores rurais dos Estados Unidos poderia chegar a 270 bilh?es de d?lares.

Boa parte deste resultado seria obtido com a redu??o da concorr?ncia provocada pelos eficientes produtores brasileiros de soja e carne bovina nas ?reas desflorestadas.

O aumento da renda dos americanos tamb?m viria com a economia dos fertilizantes e energia, pela menor competi??o.

O estudo mostra ainda o potencial do impacto anual para os cen?rios de redu??o do desmatamento, de 50% ? 100%. No caso da soja, para uma redu??o de 50%, o aumento anual da renda para os sojicultores americanos seria de at? 405 milh?es de d?lares (tendo como referencia os valores de 2008), aumentado para at? 590 milh?es de d?lares na hip?tese de desmatamento zero. Para as carnes os valores poderiam chegar a 1,9 bilh?o de d?lares com 50% e a 2,3 bilh?es com redu??o de 100% de desmatamento. S?o n?meros espetaculares que justificam o interesse dos produtores rurais dos Estados Unidos pela diminui??o da concorr?ncia com brasileiros e outros produtores de pa?ses tropicais.

Como a concorr?ncia se daria pelo aumento da produ??o nestes pa?ses devido ao desmatamento, o trabalho prop?e uma pol?tica clim?tica que viabilize o pagamento pela manuten??o da floresta tropical em p?.

Estas id?ias t?m pelo menos duas interessantes vertentes para an?lise: por um lado, fica claro o interesse dos nossos concorrentes em evitar o crescimento de produ??o rural no Brasil e outros pa?ses tropicais, o que justifica a?es de outra natureza contra o desmatamento nestas regi?es.

Por outro lado, ? muito bem vinda a tese da remunera??o pela floresta em p?, que tamb?m defendemos no Brasil ? curioso: o medo que os agricultores americanos t?m de concorrer conosco os leva a propor o pagamento de floresta preservada... E isto faz muito sentido: a FAO e a OCDE acabam de publicar um important?ssimo estudo mostrando que durante os pr?ximos 10 anos o Brasil ser? de longe o pa?s com maior crescimento da produ??o agr?cola. Segundo o relat?rio, a expans?o do agroneg?cio brasileiro ser? de 40% at? 2019/2020, o dobro da m?dia mundial, enquanto nos Estados Unidos (e tamb?m Canad?), o crescimento ficar? entre 10% e 15%.

Mesmo em pa?ses agr?colas fortes, como R?ssia e Ucr?nia, a expans?o n?o chegar? a 30% no per?odo, enquanto na China ser? de 26% e na ?ndia de 21%; a Austr?lia n?o chega a 10% e a UE s? a 4%. Portanto, est?o certos os americanos em colocar as barbas de molho.


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