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Palestra debate questões agroindustriais na citricultura

11/08/2011
Renata Hirota

O grupo PENSA, presidido pelo professor Decio Zylbersztajn da FEAUSP, realizou no dia 4 de agosto uma palestra com o tema Relações Agroindustriais na Citricultura. O foco da análise do grupo de pesquisas é o estudo dos Sistemas Agroindustriais (SAG) .

Desta vez, a série de encontros Observatório de Contratos trouxe Flavio Viegas, presidente da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus). Ele falou sobre a importância de entender os problemas para orientar os estudos e pesquisas na tentativa de resolvê-los. O principal problema apontado foi a quebra de contratos entre a indústria e os citricultores. A indústria cumpre [os contratos] se for conveniente para ela. O valor do contrato nesse mercado é muito relativo.

De acordo com Viegas, a instabilidade do preço é um dos motivos que leva à manipulação. A partir da década de 90, o contrato passou a ser uma ficção. Há uma assimetria de poder entre indústria e produtor brutal. E o produtor não tem outra saída senão negociar com a indústria.

E, para quem defende que o mercado interno absorve os produtores, basta ressaltar que, em 2010, apenas 9% da venda de laranjas teve como destino o mercado interno. A Europa é o maior destino de exportação de suco do Brasil, representando cerca de 67% do mercado. É insustentável o argumento de que o mercado interno é uma nativa para a grande citricultura brasileira, que foi instalada para abastecer o mercado mundial de suco.

O grande problema desse setor é a cartelização, define Viegas. Embora haja algumas diferenças nos números, estima-se que cerca de 47% do parque citrícola esteja sob o controle de 120 produtores. Segundo ele, existem barreiras à entrada no mercado de suco, seja pela associação estratégica com engarrafadoras (por exemplo, a Cutrale com a Coca Cola) ou domínio de terminais e navios graneleiros.

Essa situação é ainda mais preocupante quando levado em consideração o crescimento do mercado. A previsão é de que, até 2014, o mercado mundial de sucos atinja o valor de 93 bilhões de dólares, de acordo com dados do Rabobank.

Viegas aponta como o primeiro passo em direção a uma solução o estabelecimento de uma relação de confiança e entendimento maior entre as duas partes. Nos sistemas agroindustriais sempre há cooperação e conflitos - que não são eliminados, mas devem ser gerenciados.


Data: 09/08/2011

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