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O Cartel, a truculência e a farsa do consecitrus.

30/05/2012

Somente a arrogância derivada da crença de que o poder econômico lhes assegura, por cooptação ou por intimidação, a imposição de sua vontade sobre tudo e sobre todos, pode explicar a farsa do ConsecitrusBr preparada pelas indústrias.

Estavam certas de que isolando a Associtrus conseguiriam impor pela cooptação ou pela coerção, o falso Consecitrus, cuja única finalidade seria resolver suas pendências junto ao SBDC e apresentar às autoridades um “documento” que comprovaria que o conflito entre as esmagadoras e citricultores, que perdura há mais de duas décadas, estaria resolvido.

Mesmo sem elaborar a proposta técnica, a indústria acreditou que, com um estatuto que criasse um bom número de cargos que seriam distribuídos aos amigos e até aos “inimigos”, mas que assegurasse a ela o controle da entidade, numa reedição aprimorada do Fundecitrus, conseguiria as adesões necessárias para encaminhar para aprovação um falso consecitrus, que do Consecitrus defendido pela Associtrus teria apenas o nome.

Lamentamos que a Sociedade Rural Brasileira, que nos deu apoio no início de nossa denúncia contra o cartel e os abusos das esmagadoras, tenha passado a acreditar que, ao aproximar-se do cartel aceitando a CitrusBr no seu quadro de associados e tendo um de seus diretores contratado pela Cutrale, conseguiria trazê-lo “para o bom caminho”. Isto levou-a a trazer para a diretoria de citricultura um citricultor de fora de seu quadro associativo, pois os poucos citricultores que dele participam não apoiavam sua proximidade com o cartel. Mas apesar dos esforços conjugados, a SRB e a CitrusBr não estão conseguindo atrair os citricultores para seu quadro associativo numa tentativa de dar maior representatividade ao setor citrícola.

Há informações de que a indústria continua tentando, através de seu método tradicional de ameaças e “incentivos”, forçar os citricultores a se associarem à SRB, usando os mesmos métodos para evitarem que os citricultores se associassem à Associtrus. Não faltam relatos de ameaças explícitas aos citricultores que expõem opinião contrária à farsa do Consecitrus Br.

Neste momento, tentando não evidenciar a ligação com o risco da não aprovação do falso consecitrus no CADE, as indústrias , com alegações não comprovadas de estoques elevados, queda de demanda e asseguradas pela alta produção própria, ameaçam não renovar os contratos vencidos, renegociar os contratos em vigor, retardar o início de colheita dos produtores independentes e deixar cair mais de 100 milhões de caixas, impondo um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões aos citricultores pela fruta não colhida, ao que se devem somar outros R$ 2 bilhões, se conseguirem impor o preço de R$8 por caixa contra o custo de R$ 18,60 calculado pela Associtrus. A mesma indústria, que aqui age de maneira truculenta e arrogante e impõe sua vontade aos citricultores, nos EUA, onde também atua e onde realmente o mercado está contraído e os estoques estão elevados , está processando normalmente toda a produção da Flórida, que adquiriu por mais de US$ 14 dólares por caixa!

O poder de mercado, já reconhecido pelo CADE, decorrente da concentração, da verticalização, da assimetria de informações, acrescido do poder econômico e politico dos três grupos que controlam 80% do mercado mundial de suco de laranja, vem causando enormes prejuízos à economia brasileira.

Com a imposição de preços abaixo do custo de produção, provocaram a expulsão de cerca de 20 mil produtores , erradicação de cerca de 350 mil ha de laranjas, destruição de mais de 130 mil empregos, o que provocou uma brutal transferência de renda dos citricultores excluídos, que financiaram os pomares próprios das indústrias e uma concentração desmedida da produção citrícola. Hoje cerca de 50% do parque citrícola brasileiro está em 120 propriedades, praticamente todas de propriedade ou controladas pela própria indústria, seus controladores, e alguns “amigos”!

Os investimentos que tanto as esmagadoras como as engarrafadoras estão fazendo no mercado de sucos, acrescidos das projeções do departamento de citros da Flórida, desmentem a propalada contração do mercado de suco de laranja. A aquisição de fábricas, continuidade dos plantios por parte da indústria, a preocupação da Coca Cola com a falta de interesse dos citricultores em ampliar seus pomares comprovam que o mercado de suco de laranja vai muito bem e tem um brilhante futuro, mas esse futuro está destinado aos “bem aventurados”, aos “escolhidos”. Um ex-presidente da Abecitrus, nos idos de 2004, já afirmava que na citricultura ficariam as esmagadoras e 200 “amigos”.

Há informações de que a Citrosuco, dando uma interpretação pessoal ao termo assinado no CADE, continua plantando laranjas em propriedades adquiridas anteriormente, na região de Botucatu, na certeza de que o Consecirus será aprovado.

Esperamos que estas práticas que remontam ao início da década de 90 e estão sob investigação sejam finalizadas e julgadas pelo novo CADE e que a grande mídia que se tem mostrado corajosa e combativa em tantos casos, passe a divulgar os “malfeitos” deste setor.


Fonte: Flávio Viegas


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