19/06/2007
Com a colheita e o processamento de laranja da safra 2007/08 j? em andamento em S?o Paulo, come?a novamente a aumentar a preocupa??o dos citricultores do Estado com a combina??o entre real apreciado em rela??o ao d?lar e aumento de custos de produ??o. Conforme Marco Antonio dos Santos, presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga e diretor da Faesp, a federa??o estadual da agricultura, na situa??o atual do mercado a conta n?o fecha. Em suas contas, a situa??o ? desconfort?vel tanto para quem tem contratos de fornecimento de longo prazo com as ind?strias fabricantes de suco quanto para quem negocia a fruta no mercado spot. Segundo ele, em m?dia os custos totais dos produtores j? superam R$ 10 por caixa de 40,8 quilos de laranja. E mesmo ap?s renegocia?es com Cutrale e Louis Dreyfus Commodities no ano passado - as outras duas grandes ind?strias do Estado, Citrosuco e Citrovita, n?o participaram das negocia?es -, lembra, a maior parte dos contratos de longo prazo segue um piso de US$ 4 por caixa (menos de R$ 8 com o c?mbio atual). No mercado spot paulista, sa?da para muitos citricultores no in?cio do ano, os pre?os tamb?m ca?ram. De acordo com o Centro de Estudos Avan?ados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Cepea/Esalq/USP), a caixa saiu ontem (dia 14) por R$ 7,53 na m?dia paulista, bem abaixo dos R$ 15 que chegaram a ser praticados no primeiro trimestre. Segundo an?lise recente de Daiana Braga e Margarete Boteon, do Cepea, foi o grande volume dispon?vel de laranja de baixa qualidade em abril em S?o Paulo o principal fator que levou ? queda de pre?os observada. Tamb?m a disparada das cota?es internacionais do suco, que levou ? renegocia?es dos contratos de longo prazo no Estado, j? perdeu for?a, devido ? resist?ncia dos consumidores em pa?ses como EUA e China e ? a??o de fundos de investimentos. O produto, que chegou a superar a barreira de US$ 2 por libra-peso na bolsa de Nova York, ontem fechou a US$ 1,39. Maur?cio Mendes, presidente da Agra-FNP no Brasil, j? afirmou ao Valor que n?o acredita que as cota?es do suco recuem muito mais do que isso - uma vez que a oferta da Fl?rida, mesmo que aumente na temporada 2007/08, como indicam as atuais proje?es, ainda ? restrita e os estoques est?o baixos tanto nos EUA quanto no Brasil (ver gr?ficos). Mas a queda j? consolidada n?o sugere novos reajustes para compensar a rela??o adversa entre os custos e os pre?os. As ind?strias costumam suprir um ter?o de sua demanda por laranja com contratos de longo prazo, outro ter?o com compras da fruta no mercado spot e o restante com produ??o pr?pria. "V?nhamos gastando US$ 0,80 por caixa com colheita e transporte. Nesta safra, s? com a colheita estamos gastando mais de US$ 1, principalmente por causa da alta dos fertilizantes, que para a citricultura foi superior a 20%. E o transporte tamb?m est? mais caro por causa do diesel", diz Santos. "At? agora", afirma ele, "vimos muitos pomares com doen?as e pouco produtivos se tornarem canaviais em S?o Paulo. Do jeito que est?, mesmo pomares saud?veis e rent?veis ter?o o mesmo destino", acredita o dirigente. A colheita da safra nova ainda est? concentrada em variedades precoces de laranja, como a hamlin, e o grosso da produ??o da fruta de melhor qualidade dever? come?ar a ser colhido entre os meses de agosto e setembro. No total, o Instituto de Economia Agr?cola (IEA) - vinculado ? Secretaria de Agricultura de S?o Paulo - prev? produ??o de 360,1 milh?es de caixas para a safra 2007/08 no Estado, 3,4% mais que em 2006/07. A produ??o paulista representa cerca de 80% do total nacional, e 80% dela ? destinada ? fabrica??o de suco. Conforme dados da Associa??o Brasileira dos Exportadores de C?tricos (Abecitrus), as exporta?es de suco produzido com laranja da safra 2006/07 seguem em bom ritmo. A temporada industrial termina em junho pr?ximo, mas entre julho de 2006 e abril passado os embarques somaram 1,131 milh?o de toneladas, ante 1,094 milh?o no mesmo intervalo do ciclo anterior Fonte: Valor Econ?mico / Spinelli Agropress