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Resposta do PENSA.

25/07/2007
Um Debate na Citricultura Marcos Fava Neves Frederico Fonseca Lopes Evaristo Marzabal Neves Vinicius Gustavo Trombin 1 ? Introdu??o e Objetivos Em junho de 2007 ocorreu o lan?amento do livro ?Caminhos para a Citricultura? pela renomada Editora Atlas. O livro tem como autores os Professores e Pesquisadores da FEA-RP/USP, Marcos Fava Neves (Coordenador do PENSA), Frederico Fonseca Lopes e Vinicius Gustavo Trombin; da ESALQ/USP, o Professor Evaristo Marzabal Neves; do IEA, o pesquisador Antonio Ambrosio Amaro, e contando tamb?m como autor e na ?poca Presidente do Instituto ICONE e professor da FEA-USP, Marcos Sawaya Jank, conduzido em junho passado ? presid?ncia da ?NICA (Uni?o da Agroind?stria Canavieira de S?o Paulo). Tem prefacio escrito pelo Dr. Jo?o Sampaio, Secret?rio de Agricultura de S?o Paulo. O PENSA, que coordenou as pesquisas que resultaram no livro, ? em sua ess?ncia um grupo que tem a responsabilidade de estudar a din?mica do sistema agroindustrial, fornecendo subs?dios ? tomada de decis?o e ao planejamento estrat?gico de organiza?es privadas e p?blicas. Nossas publica?es s?o fruto de estudos de investiga??o s?ria e procuram mostrar caminhos para capacitar os agentes econ?micos visando, sobretudo, a inser??o e/ou manuten??o da competitividade do agroneg?cio brasileiro. O PENSA se especializou em planejamento, seja para empresas ou sistemas (cadeias produtivas). O livro foi lan?ado na tradicional Semana da Citricultura, dia da Economia Citr?cola, em Cordeir?polis. Escrito de maneira simples, direta e did?tica, o livro procura, nos seus 11 cap?tulos distribu?dos em 100 p?ginas, falar sobre as contribui?es da citricultura ao Brasil e sua hist?ria de sucesso, mostrar aspectos conjunturais atuais e tend?ncias para cada elo da cadeia produtiva, discutir as importantes mudan?as geogr?ficas que esta vem passando em S?o Paulo, as mudan?as tecnol?gicas que levam aos diversos tipos de citricultura, problemas e amea?as a cadeia produtiva, custos de produ??o existentes nas diferentes tecnologias, e, ainda, como caminham os relacionamentos entre produtores e industriais, aspectos da defesa sanit?ria, propondo, em seu final, uma agenda ou caminhos para citricultores e para a cadeia produtiva como um todo, visando, desta forma, contribuir de forma gerencial e profissional a manuten??o da hegemonia mundial. ? uma agenda arrojada e nova, estimulada pelo Governo, mas liderada e decidida pelo setor privado. O livro teve aceita??o em seu lan?amento na Semana, suas id?ias foram discutidas ao longo do dia, e em seu primeiro m?s, j? alcan?ou, segundo a Editora Atlas, uma vendagem de aproximadamente 1.400 exemplares, o que ? destaque para um livro t?cnico. Apenas no dia do lan?amento foram vendidas mais de 300 unidades no Centro de Citricultura. Empresas adquiriram para seus funcion?rios, p?blico participante do evento, citricultores, entre outros. Apesar de propor uma agenda positiva visando manter a lideran?a mundial, o livro recebeu cr?ticas posteriores de duas importantes organiza?es setoriais: Associtrus (uma das representantes dos produtores) e Abecitrus (representante da ind?stria). Este artigo tem o objetivo de discutir as cr?ticas feitas pela Associtrus, em carta aberta publicada em seu site, o que em nossa opini?o contribuir? para o debate no setor e ademais, poder? servir de texto para discuss?o de estrat?gias em sistemas agroindustriais, grupos de interesse, vis?es e propostas. Para que o leitor possa acompanhar o debate, toma-se a liberdade de reproduzir a carta publicada pela Associtrus para, em seguida, debater os pontos colocados. 2 ? Os Coment?rios Recebidos da Associtrus (www.associtrus.com.br) 06/07/2007 - Carta aberta ao PENSA A Associtrus considera que a ind?stria esmagadora de laranja est? usando de maneira irrespons?vel e maliciosa os dados de investimento e custo de produ??o de um pomar citr?cola publicados em Caminhos para a Citricultura, da Editora Atlas. O estudo tenta demonstrar que cerca de 20 a 25% dos pomares, provavelmente os pomares da ind?stria, que foram implantados com o dinheiro dos citricultores exclu?dos, t?m a chamada ?tecnologia ouro? e teriam os custos que a ind?stria tem divulgado. H? s?rias d?vidas em rela??o aos n?meros, uma vez que esses pomares s?o de implanta??o recente e seu hist?rico n?o permite uma boa avalia??o de seu custo real. As doen?as que v?m surgindo nas ?ltimas d?cadas t?m imposto custos e riscos n?o adequadamente avaliados e contabilizados nas planilhas de custo. Al?m dos gastos adicionais na implanta??o dos pomares, as doen?as t?m exigido replantios precoces de pomares e, em muitos casos, mesmo antes do in?cio de produ??o, h? perda de ?rvores e seu conseq?ente replantio, a taxas que superam 1% ao ano. A vida ?til dos pomares decresceu significativamente e aumentou o custo atrav?s de uma deprecia??o mais acelerada. Muitos produtores que s?o usados como exemplo de produtividade n?o contabilizam os plantios fracassados. Fazer an?lise de custo e dar depoimentos sem considerar que as doen?as e pragas fazem parte da realidade econ?mica da citricultura e n?o t?m car?ter transit?rio e sim end?mico ? uma atitude no m?nimo leviana, pois induz ao erro o empres?rio que se baseia nas informa?es de institui?es renomadas para implanta??o de seus projetos. Nem a ind?stria, propriet?ria dos pomares, ? fonte confi?vel para levantamento de custos de produ??o de laranjas, dado seu interesse em comprar a laranja ao menor pre?o. Para dar credibilidade ao trabalho do PENSA, seria necess?rio que alguns pontos fossem esclarecidos: 1. Qual a produtividade e custo econ?mico m?dio de produ??o de laranjas no estado de S. Paulo? Por que os custos da CONAB, do IEA, da FNP e at? as informa?es da FAESP indicam custos t?o maiores que os custos do PENSA? 2. Qual a ?rea, n?mero de p?s, produtividade m?dia ao longo da vida ?til e a idade m?dia dos pomares que adotam a ?tecnologia ouro?? 3. Quantas vezes, nos ?ltimos 15 anos, estas ?reas, com ?tecnologia ouro? foram replantadas? 4. Qual o v?nculo entre os propriet?rios dos pomares de alt?ssima produ??o e a ind?stria esmagadora? 5. Qual o percentual de pomares irrigados em S. Paulo? Qual a ?rea de citros que poderia ser irrigada? 6. Por que mais de 20 mil produtores foram exclu?dos do setor? Eram todos incompetentes? O pre?o praticado pela ind?stria, nos ?ltimos 15 anos, permitia manter os pomares e renov?-los? Lamentavelmente o trabalho em discuss?o foi elaborado por t?cnicos competentes, por?m sem nenhuma viv?ncia na produ??o e comercializa??o de citros; acreditamos que as falhas apontadas devem ser creditadas ?s fontes de informa??o. Isto, no entanto, n?o exime o PENSA da responsabilidade de aceitar que suas informa?es sejam usadas para prejudicar os citricultores que lutam para sobreviver num mercado manipulado por quatro empresas, sobre as quais pesa uma s?rie de den?ncias de fraudes, carteliza??o e outras ilegalidades. Gostar?amos de convoc?-los a justificarem as discrep?ncias entre esse estudo e a planilha da Associtrus; dessa forma talvez possamos encontrar os reais caminhos para a citricultura. 3 ? Coment?rios dos Autores sobre as Considera?es da Associtrus Agradecemos ? oportunidade de apresentarmos nossos argumentos e que somos uma institui??o ?tica, sabendo ouvir cr?ticas e de ter um caminho aberto para respond?-las. Como felizmente vivemos em um pa?s democr?tico, somos totalmente a favor da liberdade de express?o, contanto que esta seja usada com responsabilidade, como sempre procuramos fazer em nossos estudos e pesquisas. Para confirmarmos nosso compromisso com a constru??o de uma sociedade evolu?da e embasada no di?logo respeitoso, e por acreditarmos que a Associtrus tamb?m se fundamenta nestes mesmos princ?pios, seguem os esclarecimentos das d?vidas que nos foram passadas, dividindo-os em duas se?es: a primeira, algumas discuss?es acad?micas sobre a determina??o de custos na agricultura, e, na segunda, a tentativa de respostas ?s perguntas formuladas pela Associtrus. 3.1 ? Coment?rios Gerais sobre Custos de Produ??o na Agricultura Nos bancos escolares da universidade, nas aulas de economia e administra??o rural e agroindustrial, fica claro de que o t?pico ?Custo de Produ??o? ? pol?mico gerando muita controv?rsia. Por qu?? Porque n?o se tem uma ?nica estrutura de calculo de custo podendo-se admitir que ?s?o tantos os que estudam custos na agricultura, s?o tantas estruturas que se originam?. Por qu?? Por exemplo, para a produ??o de milho s?o estabelecidos os mais diferentes tipos de sistemas de produ??o, que, por conveni?ncia acad?mica e facilidades explanat?rias s?o agrupadas em sistemas tecnol?gicos intensivos em capital (predominam mais intensamente componentes de capital nos ativos fixos e vari?veis), em transi??o (quando h? um misto de processos exigentes em capital e m?o-de-obra) e trabalho intensivo (quando a m?o-de-obra tem forte participa??o no processo produtivo - principalmente na colheita - ou se usam ainda processos produtivos com boa participa??o da for?a de trabalho humano e animal, caracter?sticos para pequenas propriedades ou em regi?es de topografia acidentada ou, ainda, no setor hortifrut?cola). Outro fator importante ? o clima que vai impor as caracter?sticas sazonais de produ??o e estabelecer o uso estacional dos fatores de produ??o, que n?o se distribui de forma uniforme ao longo do ano, diferente do setor mec?nico, automatizado, repetitivo e rotineiro no cotidiano industrial. Assim, a estacionalidade da produ??o, operando com seres vivos que ?nascem, crescem e amadurecem?, imp?e per?odos diversos para a produ??o, caracterizados pelo plantio, tratos culturais e colheita em per?odos compat?veis com as esta?es do ano. Neste caso, ? estacional o uso dos fatores de produ??o (terra, trabalho e formas de capital) requerendo uma gest?o eficiente no manejo e controle da produ??o, e, principalmente na gest?o de seus ativos fixos evitando o desperd?cio e sua capacidade ociosa que sendo administrados de forma ineficiente tornam onerosos seus custos fixos m?dios (deseconomias de escala). Com caracter?sticas t?o peculiares e ?sui generis? ? extremamente dif?cil determinar ou apresentar custos ou planilhas padronizadas da agricultura sem que envolva crit?rios pessoais. Da? que se pode gerar estudo de caso ou mesmo se estabelecer par?metros m?dios quando se tenta trabalhar com amostras para compor planilhas de identifica??o de determinado sistema de produ??o. No caso da citricultura, estudo recente conduzido no Centro Apta de Citricultura, comparando estruturas de custo de institui?es renomadas e reconhecidas, verificou que os custos n?o se equalizam e d?o resultados t?o diversos, dependendo de seus componentes, dos crit?rios e pressuposi?es simplificadoras, per?odo de composi??o dos pre?os e das vari?veis consideradas, entre outros. Do ponto de vista te?rico, os custos de produ??o podem se decompor em custos vari?veis (referentes ? apropria??o dos ativos vari?veis e que se decomp?em e ?desaparecem? quando de seu uso) e custos fixos (referentes ao uso de ativos fixos que dependendo de sua categoria, tem vida econ?mica que se espalha por diversos anos). A apropria??o dos ativos fixos depende de sua forma de uso: estoque, se usado na analise de investimento em bens de produ??o e com definido horizonte temporal de vida econ?mica, ou, em forma de fluxo, se utilizado em um corte seccional, como convencionalmente se utiliza na determina??o do custo de produ??o anual, onde os ativos fixos entram na forma de deprecia??o, juros sobre capital investido, etc. Como o conceito de ?custo de oportunidade? (custo do fator de produ??o em seu MELHOR uso alternativo) ? fundamental e importante na elabora??o de qualquer calculo de custo, ? preciso definir claramente se est? estimando, temporalmente, custo vari?vel, ou custo operacional (metodologia desenvolvida pelo Instituto de Economia Agr?cola) ou, ainda, custo total de produ??o onde s?o considerados os custos de oportunidade de todos os fatores de produ??o utilizados. Da? ser extremamente dif?cil a determina??o de custo de produ??o na agricultura. Importante ? deixar claro as vari?veis que s?o consideradas, o per?odo correspondente ? gera??o dos coeficientes t?cnicos, seus custos e servi?os temporais, o custo de oportunidade do dinheiro e do capital (taxas de juros, impostos etc), o sistema de produ??o e as pressuposi?es b?sicas e simplificadoras do modelo escolhido. Assim, para as condi?es estabelecidas e para o horizonte temporal do levantamento efetuado, pode-se definir um custo dentro dos crit?rios estabelecidos (se estudo de caso ou valores m?dios baseados em amostra ao acaso ou intencional, o uso de estat?sticas como m?dias, intervalos de confian?a, moda ou mediana etc). Em qualquer circunstancia, jamais ignorar que ?cada produtor, um sistema de produ??o; cada sistema de produ??o, um custo de produ??o?. 3.2- Especificamente sobre as Quest?es da Associtrus. 1. a) Qual a produtividade e custo econ?mico m?dio de produ??o de laranjas no estado de S. Paulo? 1. b) Por que os custos da CONAB, do IEA, da FNP e at? as informa?es da FAESP indicam custos t?o maiores que os custos do PENSA? R: 1. a) A produtividade m?dia no estado de S?o Paulo ? de 612,89 caixas de laranja por hectare (no ano de 2005 foram produzidas 352.108.578 caixas numa ?rea de 574.510 ha ? IBGE, 2005). A produtividade m?dia do Cintur?o Citr?cola Paulista ? de 612,81 (351.075.956 caixas produzidas numa ?rea de 572.898 ha ? IBGE, 2005). A ?Tabela 4.1 - Principais Indicadores do Cintur?o Citr?cola Paulista?, na p?gina 43, apresenta o valor de 612 caixas/hectare. O custo operacional m?dio depende de uma gama elevada de vari?veis, definidas como n?o-control?veis, quasecontrol?veis e control?veis. Consideram-se entre as vari?veis n?o-control?veis o c?mbio, a oferta e a demanda de laranja, posicionamento estrat?gico das ind?strias, o custo da terra, a press?o de pragas e doen?as, as condi?es clim?ticas e custo do capital. As vari?veis "quase control?veis" referem-se aos aspectos relacionados ao pomar, tais como, stand das plantas, espa?amento, produtividade e precocidade da produ??o (face ao stand ou a utiliza??o de irriga??o), material gen?tico, coeficientes t?cnicos (freq??ncia das atividades), quantidade de recursos utilizados (m?quinas, insumos e m?o de obra), tecnologia empregada na aplica??o dos insumos, rendimentos obtidos para execu??o das atividades, tamanho da propriedade (escala e escopo), dimensionamento dos recursos (principalmente pessoas e m?quinas) e vida ?til do pomar. As vari?veis control?veis referem-se principalmente ? gest?o eficaz da propriedade, efic?cia na aquisi??o de insumos e na comercializa??o da safra e destino da produ??o (este ?ltimo fator interfere diretamente no tratamento fitossanit?rio), entre outros. No cap?tulo 7 ?Custos na Citricultura e Mitos? s?o apresentados custos operacionais de produ??o de citros para diversos cen?rios, variando desde pomares irrigado e n?o irrigados at? diversos n?veis de tecnologia adotados. N?o necessariamente estes custos s?o os custos m?dios praticados no Cintur?o Citr?cola Paulista. Uma observa??o importante ? que estes custos s?o definidos como operacionais e n?o custo econ?mico, como mencionado na pergunta. R: 1. b) Os custos da CONAB, Revista Laranja e FNP s?o totais, ou seja, consideram outros custos al?m dos operacionais como investimentos, custo de oportunidade, deprecia??o, entre outros. Se for comparado apenas o custo operacional incluindo a colheita, como apresentado no livro, em rela??o ao custo estimado por essas respeitosas institui?es, observa-se uma aproxima??o na obten??o dos resultados. Segue an?lise comparativa: Revista Laranja ? B?sico - R$3.103 PENSA - Tecnologia Bronze - R$3.541 PENSA Produ??o - N?o Irrigada - R$3.641 PENSA - Tecnologia Prata ? R$4.147 CONAB - R$4.453 PENSA - Tecnologia Ouro - R$4.430 PENSA ? Produ??o Irrigada - R$4.767 Revista Laranja Ampliado - R$4.851 FNP - R$6.025 Observa?es: - A produtividade, como citada, ? uma vari?vel de interfer?ncia fundamental no custo operacional de produ??o unit?rio como pode ser demonstrado no exemplo, a seguir: um custo de R$4.000/ha e uma produtividade de 1.000 cx/ha, resulta num custo operacional de R$ 4,00/cx,enquanto que um rendimento cultural de 500 cx/ha perfaz um custo operacional de R$8,00 por caixa. - O estudo foi realizado h? mais de 6 meses, portanto n?o foi considerado o recente impacto do greening, tanto na eleva??o dos custos como na poss?vel queda de produtividade. 2. Qual a ?rea, n?mero de p?s, produtividade m?dia ao longo da vida ?til e a idade m?dia dos pomares que adotam a "tecnologia ouro"? R: Estima-se que entre 20 a 25% da ?rea cultivada no estado de S?o Paulo adota a Tecnologia Ouro (Quadro 5.2, p?gina 59). A produtividade m?dia esperada ao longo da vida ?til (20 anos) ? de 680 caixas por hectare (ou 1,66 caixas/planta) para pomares n?o irrigados e 990 caixas por hectare (ou 2,63 caixas/planta) para pomares irrigados. Os pomares atingem o pico de produtividade nos anos 7 e 8. Nesta fase, os pomares n?o irrigados chegam a produzir 850 caixas por hectare e os irrigados 1.035 cx/ha, conforme demonstrado no Gr?fico 7.7, p?gina 80. As pressuposi?es utilizadas para os cen?rios s?o: - 50% do cultivar P?ra (espa?amento 6,5 x 2,8 metros); - 40% do cultivar Val?ncia/Natal (espa?amento de 6,8 x 3 metros) - 10% do cultivar Hamlim (7,2 x 3,2 metros.) - M?dia de 514 plantas /ha. Obs: Para composi??o do custo operacional unit?rio, foi utilizada a produtividade para o cen?rio irrigado, uma vez que na regi?o sudoeste apresenta produtividade semelhante sem uso de irriga??o, de 988 caixas/ha (ver Figura 4.3, p?gina 44). 3. Quantas vezes, nos ?ltimos 15 anos, estas ?reas, com "Tecnologia Ouro" foram replantadas? R: Acredita-se que todo ano ocorre o replantio nestas ?reas ? medida que s?o erradicadas plantas doentes. A renova??o dos pomares n?o deve ter ocorrido, uma vez que os pomares que adotam esta tecnologia foram implementados nos ?ltimos 10 anos. 4. Qual o v?nculo entre os propriet?rios dos pomares de alt?ssima produ??o e a ind?stria esmagadora? R: Geralmente, os pomares mais produtivos s?o da pr?pria ind?stria esmagadora, de grupos que adotam altas tecnologias e tamb?m de produtores individuais com plantios mais recentes, seguindo novos formatos. Estes est?o descritos no cap?tulo 5 do livro. 5. Qual o percentual de pomares irrigados em S. Paulo? Qual a ?rea de citros que poderia ser irrigada? R: No estudo realizado pelo PENSA para quantificar e caracterizar a cadeia citr?cola, em 2003, foi identificado uma ?rea de 1.365.407 ha perfazendo uma participa??o de 10,23% do parque citr?cola. Estima-se que essa participa??o atualmente seja pr?xima a 20% em raz?o de novos projetos de irriga??o bem como pela redu??o de pomares com vida ?til avan?ada e sem o uso de irriga??o. 6. a) Por que mais de 20 mil produtores foram exclu?dos do setor? Eram todos incompetentes? R: De acordo com o livro, p?gina 69, ?De modo geral, a queda na rentabilidade observada na primeira metade desta d?cada, em fun??o do aumento do custo de produ??o, da dificuldade de reinvestimento na forma??o de novos pomares, da baixa utiliza??o de tecnologia e de gest?o, resultou em baixa produtividade e alta incid?ncia de doen?as, e foi motivo da sa?da de citricultores. Aqueles que continuam precisam reduzir custo de produ??o por meio de incremento tecnol?gico, face as margens menores?. Como em qualquer setor, inclusive em outras cadeias fora do agroneg?cio, tem se verificado o crescimento de concentra??o nas atividades. Na citricultura, por se tratar de uma commodity, as margens s?o reduzidas e a escala ? um ponto importante para se alcan?ar a competitividade. Portanto, o motivo n?o ? incompet?ncia, e sim um movimento de concentra??o que se tem percebido em todo mundo numa economia de mercado. Nossa recomenda??o para reduzir os efeitos da concentra??o vem sendo dada h? mais de 10 anos. Permitam-nos, caros leitores, fazer refer?ncias para maiores interessados: ??Cap?tulo 7 do livro Gest?o de Neg?cios em Alimentos, editado em 2000, pela Pioneira Thomson Learning, que trata da Concentra??o e como combater seus efeitos (autores Marcos Fava Neves, Sergio Lazzarini e Fabio Chaddad). ??Cap?tulo 23 do livro Agroneg?cio do Brasil, Editado pela Saraiva em 2006, que trata dos impactos da sa?da da Cargill da citricultura, e o cap?tulo 24, que prop?e uma agenda para o setor, e, a p?gina 119 que ? bem ilustrativa sobre esse t?pico (autores Marcos Fava Neves, D?cio Zylbersztajn e Evaristo Marzabal Neves) ??O livro ?Estrat?gias para a Laranja no Brasil?, editado pela Atlas em 2005, com diversos autores, mostra uma radiografia da citricultura propondo uma serie de a?es. ??Nossa obra mais recente, tamb?m com diversos autores, editada pela Atlas, chama-se ?Agroneg?cio & Desenvolvimento Sustent?vel: Uma agenda para a lideran?a mundial na produ??o de alimentos e de energia?. Nela, ficam descritas e evidenciadas diversas a?es para que o agroneg?cio possa crescer de maneira sustent?vel e com inclus?o social. 6. b) O pre?o praticado pela ind?stria, nos ?ltimos 15 anos, permitia manter os pomares e renov?-los? R: Sim, basta refletirmos quantos citricultores e grupos permaneceram e expandiram na produ??o, mesmo ap?s a queda do per?odo de auto-gest?o dos contratos e no mercado desregulamentado. 7 ? Lamentavelmente o trabalho em discuss?o foi elaborado por t?cnicos competentes, por?m sem nenhuma viv?ncia na produ??o e comercializa??o de citros; acreditamos que as falhas apontadas devem ser creditadas ?s fontes de informa??o. R: Quanto ? viv?ncia na produ??o e comercializa??o de citros, vale destacar que um dos autores trabalhou como gestor de produ??o citr?cola por mais de 12 anos em um importante grupo citr?cola, consultor de importantes empresas e ? citricultor. Outro autor tem na sua origem e ess?ncia familiar a comercializa??o de citros, e um terceiro autor ? um dos propriet?rios de um dos pomares mais modernos do estado. Outros autores est?o por muitos anos estudando e participando de eventos da citricultura, principalmente nas ?reas de economia da produ??o (custos, analise de investimentos em bens de produ??o, modelos em situa?es de riscos) e em atividades acad?micas que tem aproxima?es com a exposi??o de estudos de gest?o e economia citr?colas. Portanto, o coment?rio feito refletiu falta de pesquisa mais aprofundada do autor da frase, que poderia inclusive ter come?ado pelos curr?culos dos autores, na pagina 109. 8 - Isto, no entanto, n?o exime o PENSA da responsabilidade de aceitar que suas informa?es sejam usadas para prejudicar os citricultores que lutam para sobreviver num mercado manipulado por quatro empresas, sobre as quais pesa uma s?rie de den?ncias de fraudes, carteliza??o e outras ilegalidades. Gostar?amos de convoc?-los a justificarem as discrep?ncias entre esse estudo e a planilha da Associtrus; dessa forma talvez possamos encontrar os reais caminhos para a citricultura. R: O PENSA ? uma das fontes de informa?es e an?lises deste setor, a nosso ver, muito bem coberto por outros grupos de extrema capacidade, tais como CEPEA, GCONCI, GTACC, IEA, UFSCar, entre muitos outros. Muitas das informa?es utilizadas em nossos estudos s?o apoiadas e referenciadas nestas institui?es renomadas e merecedoras de credito e confian?a. Acreditamos que todos devam ser utilizados em an?lises e julgamentos sobre o setor. O PENSA realiza sistematicamente workshops e palestras onde a Associtrus est? presente e nunca se furtou do debate com esta importante organiza??o. O PENSA prop?s a Associtrus organizar um workshop de citricultores em julho de 2006, em Bebedouro, na fase final de elabora??o das pesquisas, mas por motivos de agenda de seus diretores, este evento n?o foi poss?vel, o que foi prontamente compreendido por n?s. Fica tamb?m nossa recomenda??o que a Associtrus possa ler a obra em sua integra, e n?o apenas o cap?tulo de custos de produ??o, pois em seus 11 cap?tulos o livro prop?e a?es interessantes e amplamente discutidas com o setor privado. Os cap?tulos 10 (Agenda para o Citricultor) e 11 (Agenda 2015 para o Sistema Agroindustrial Citr?cola) s?o aqueles que concentram nossas sugest?es para que a Citricultura Brasileira possa manter a hegemonia mundial. Seria muito importante que a Associtrus abra?asse os pontos l? colocados, ou parte deles, como os caminhos ao citricultor (p?ginas 90 e 91), caminhos para a coordena??o e contratos (p?ginas 94 e 95), caminhos para a inova??o, pesquisa e desenvolvimento (p?ginas 98 e 99), caminhos para marketing, log?stica e canais (p?ginas 100 e 101). A citricultura tem um plano, ele precisa de implementa??o. Como fazer? Alguns direcionamentos e sugest?es est?o colocados no texto e foram apresentados, debatidos e referenciados no dia da Economia Citr?cola (14/06/07) em Cordeir?polis. Tomamos a liberdade de trazer um coment?rio feito pelo renomado pesquisador Quaggio, do IAC, ao final: ?n?s precisamos implementar isto tudo que foi dito?. Este plano e estas a?es s?o conhecidas da Secretaria da Agricultura, que fez o pref?cio da obra. Ao contr?rio da carta da Associtrus e de ?repercuss?es? entre citricultores que preferem se manter no anonimato e que vem sendo colocadas no site da Associtrus, nosso texto ? assinado por Marcos Fava Neves, Frederico Fonseca Lopes, Vinicius Gustavo Trombim e Evaristo Marzabal Neves. Em virtude de estar em f?rias e licen?a pr?mio, Dr. Antonio A. Amaro n?o foi consultado para esta resposta, e, em virtude de seus compromissos nacionais e internacionais, agora na importante posi??o de presidente da ?NICA, assumida m?s passado, preferimos n?o procurar o Prof. Dr. Marcos Sawaya Jank. Obrigado pela aten??o.

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