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Suco da discórdia.

30/07/2007
Presidentes da Associtrus e da Abecitrus falam sobre a safra agr?cola 2007/2008 S?o Jos? do Rio Preto, 22 de julho de 2007 Carlos Eduardo de Souza Redu??o na oferta de fruta, baixos estoques mundiais de suco e pre?os internacionais recordes. Esses s?o alguns dos temas abordados pelos presidentes da Associa??o Brasileira de Citricultores (Associtrus), Fl?vio Viegas, e da Associa??o Brasileira de Ind?strias Exportadoras de Citros (Abecitrus), Ademerval Garcia. Viegas acusa a ind?stria de carteliza??o e de manter o produtor propositalmente desinformado. Garcia, por sua vez, afirma que o pre?o do suco j? caiu bastante e pode cair ainda mais. Confira as respostas dadas com exclusividade ao Agrodi?rio: Di?rio - Qual a expectativa em termos de volume de fruta para a safra 2007/2008? Fl?vio Viegas - A nossa estimativa baseia-se no parque de ?rvores produtivas divulgado pela Abecitrus, em dezembro de 2006, que informa que S?o Paulo conta com 152,8 milh?es de arvores e n?o 179 milh?es, como indica o IEA. A produ??o dever? ficar entre 275 e 336 milh?es de caixas, o valor mais prov?vel dever? ficar em 300 milh?es de caixas. Isto indica que os pre?os do suco dever?o se manter em n?veis altos, bem como a remunera??o dos citricultores da Fl?rida. No Brasil, os citricultores continuam presos a contratos e ? a??o do ?oligop?lio?. Garcia - (n?o respondeu) Di?rio - Os pre?os da fruta e do suco em d?lar s?o recordes. O mercado suporta uma elasticidade t?o grande? Viegas - Flutua?es de pre?o s?o sempre indesej?veis. Por?m, devemos distinguir as flutua?es dos pre?os do suco concentrado (mat?ria-prima) e do suco ao consumidor. Os dois mercados s?o diferentes e, enquanto o pre?o da mat?ria-prima caiu nestes ?ltimos 15 anos, o pre?o do suco ao consumidor cresceu e j? vem provocando queda de consumo h? v?rios anos. Garcia - N?o suporta. O mercado j? caiu bastante, mas pode cair mais. Essas bruscas altera?es em pre?os conduzem o consumidor a experimentar alternativas e retomar o consumidor ? mais dif?cil do que criar um novo. Al?m disso, pre?os altos demais encorajam plantios e novos concorrentes em outros locais do mundo. Di?rio - Apesar da boa remunera??o em d?lar, o citricultor reclama do pre?o da caixa da fruta para ind?stria. Viegas - No Brasil, as ind?strias n?o repassaram os ganhos aos produtores. Numa demonstra??o de que o mercado continua cartelizado, mesmo diante da baixa oferta de laranjas e dos altos pre?os do suco, n?o h? disputa pela mat?ria-prima. Garcia - A atual sobrevaloriza??o do Real frente ao d?lar tem trazido muitas dificuldades para os setores exportadores e o nosso n?o ? exce??o. Esse ? um problema de governo que as entidades como CNA e Faesp devem se envolver. Di?rio - Agenda positiva ou Consecitrus. O que ajudaria a resolver as diferen?as no setor? Viegas - O Consecitrus, na verdade, engloba as duas propostas. H? uma incr?vel coincid?ncia entre o que propusemos como Consecitrus e o chamam de agenda positiva. Garcia - Quanto ao setor, em si, somos duas cadeias produtivas distintas - a da fruta e a do suco - e uma agenda comum entre as duas seria muito ?til para o desenvolvimento dos neg?cios. Di?rio - Quais itens deveriam ser prioridade numa agenda positiva? Viegas - Plano estrat?gico para a manuten??o da competitividade do Brasil, transpar?ncia nas informa?es, plano de marketing, P&D (pesquisa e desenvolvimento) sobre aumento de produtividade, qualidade e controle de pragas e doen?as, desenvolvimento de produtos, agregar valor ? produ??o, etc. Garcia - Barreiras comerciais no exterior, defesa sanit?ria no Brasil, redu??o do custo Brasil. Di?rio - Produzir laranja custa caro. S?o mais de 70 pragas ou doen?as. Existe uma produtividade m?nima em toneladas por hectare necess?ria para permanecer na atividade? Viegas - A resposta ? complexa, mas podemos simplificar dizendo que, com um pre?o de R$ 15 por caixa, seria poss?vel renovar a citricultura e elevar a produtividade, melhorando a competitividade. Garcia - O Instituto de Economia Agr?cola certamente ter? condi?es de responder a essa quest?o, que n?o faz parte da agenda da ind?stria. Di?rio - Ao final desta safra ocorrer? migra??o para cana ou plantio de novas ?reas com laranja? Viegas - A cana vai continuar avan?ando e a citricultura contraindo-se em ?rea e produ??o. A meu ver, as ind?strias, hoje ligadas aos engarrafadores, t?m como estrat?gia reduzir a oferta e aumentar as margens de lucro. Garcia - Plantam-se 18 milh?es de novas ?rvores por ano em S?o Paulo. Estados como Paran?, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Bahia e Goi?s est?o plantando muito e com tecnologia adequada. O sul do Estado de S?o Paulo est? se tornando um importante p?lo produtor de mat?ria-prima. A cana n?o ? uma amea?a concreta ?s nossas fontes de mat?ria-prima, especialmente, agora, quando j? se notam os primeiros reflexos de satura??o de plantios (de cana) e usinas novas. Di?rio - Existem medidas fiscais e tribut?rias que poderiam tornar a citricultura brasileira mais competitiva? Viegas - A desonera??o da produ??o, assim como a redu??o das barreiras de mercado, seriam um enorme incentivo para a recupera??o da citricultura. Por?m, a real concorr?ncia no setor industrial seria o fator mais importante para a recupera??o do setor. Garcia - Certamente reformas tribut?ria, pol?tica e trabalhista e maior agressividade em negocia?es comerciais internacionais ajudariam enormemente. Di?rio - Por que motivo, o Brasil n?o consegue informar, com precis?o e de maneira confi?vel, o volume de laranja ser? colhido? A quem interessa essa absurda desinforma??o? Viegas - A ind?stria, apoiada por seus ac?litos no governo e nas institui?es, procura manter o produtor desinformado para poder manipul?-los com maior facilidade. A informa??o ? o principal insumo de qualquer neg?cio e quem det?m a informa??o tem o seu controle. Garcia - Essa ? uma quest?o importante. O Brasil ? o maior produtor do mundo em laranjas e suco e o mercado precisa de orienta??o correta que s? previs?es federais, confi?veis, podem prover. Para ambas as cadeias produtivas, um servi?o como o que os norte-americanos fazem seria absolutamente necess?rio. A quem interessa? Acho que n?o ? nem m? vontade. ? falta de interesse. Talvez com a amplia??o do plantio em outros Estados, haja a movimenta??o pol?tica necess?ria para isso. Fonte: Di?rio da Regi?o (S. Jos? do Rio Preto)

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